Quanto menor o Custo Por Mil, Menor a taxa de Click Through.

Quando acesso os mais famosos e festejados sites portais e provedores de conteúdo da Internet brasileira, estou na ladeira General Osório em véspera de Natal. É o camelô de notícias internacionais berrando as taras aborescentes do presidente yankee pra cá, o red-scare que ataca novamente na Rússia pra lá, a festa neo-renascentista de uma revista emergente, o último e indispensável lançamento da última e indispensável feira da cidade, sem falar do zumzumzum infernal dos banners competindo em sensacionalismo e mal gosto. Luto para encontrar aquela cotação do dólar que estava querendo, não sem antes tropeçar em meia dúzia de indigentes, depauperados e apavorantes conteúdos. Isso quando não resolvem desfragmentar a página e aquele meu linkezinho que eu clicava sem olhar, ali, no canto inferior da página foi parar sabe Deus e o Webmaster da página aonde.

Aí, inventaram uma tal de customização nada menos apavorante. Monto o meu site como quero com as informações organizadas do meu jeito. Arapuca dos diabos. Caramba, querem ensinar arquitetura de informação pro meu pai a essa altura do campeonato? Logo ele que fica doente cada vez que o jornal que ele lê faz mais de 40 anos resolve dar aquela modernizada!

Conteúdo de baciada, no atacado. Você entra pra comprar salsinha e sai com 5 melancias e oito pacotes de fraldas descartáveis.

Então, se para o consumidor, é esse mercado persa, o que dizer do coitado do anunciante a quem todos dizem que ele deve investir na web e coisa e tal?

Onde é que o anunciante vai amarrar seu burro, digo, seu banner?

Não ensinaram pra gente que a Web pode ser one to one e segmentada? Foco de míope esse que nos vendem por aí!

Mas afinal de contas esses tais de sites provedores de conteúdo são mídia de massa, segmentada ou uma salada de alho poró com abobrinha?

Outro dia, fiz um cálculo curioso. Somem, com os valores de tabela, todos os banners de qualquer site-veículo importante. Somaram? Então, que tal? Ridículo não é? OK, ainda tem muito espaço publicitário nos quartos e quintos níveis? Multipliquem por dois então. Continua ridículo não continua?

Tem algo de errado não tem? Como ganham dinheiro esses gajos? E quem disse que o anunciante vai querer pagar algo pelo quinto ou sexto nível? E nos primeiros níveis, tem espaço? Não tem muitos não. Se criarem algum, só se inventarem banners com meios Ks. E leva porrada o primeiro que disser que dá pra criar banner criativo de meio K.

Mas eu fico obviamente preocupado. E se continuar essa bagunça, daqui a pouco, vão popularizar-se aqui também aqueles malditos ad-filters que capam fora dos sites qualquer banner comercial. Eu até instalaria um desses softwares de tão convenientes que eles são se eu não trabalhasse com o que trabalho.

Click through ou o buraco é mais embaixo.

Solucionar essas questões tão importantes passam por um mix de saídas do lado do veículo.

De um lado o esqueleto (estrutura) e a musculatura (forma) do conteúdo devem mudar. Falo de fragmentar e dar identidades a eles. Só assim será possível oferecer ao anunciante alternativas inteligentes e segmentadas de anúncios. Só assim, será possível rentabilizar os veículos.

Por outro, a formatação dos espaços publicitários deve mudar e para isso, basta ser criativo ou ler o que os media broker (Double Click por exemplo) oferecem. O profissional de mídia em poucos anos vai sem dúvida nenhuma assumir uma importância capital. Sua competência técnica vai ser valorizada mas principalmente sua capacidade criativa.

De fato, os sites portais estão numa sinuca antropofágica. Em sua ânsia de busca por conteúdo desenfreado para justificar seus argumentos de remuneração publicitária (custo por mil), eles incham, incham, incham, os espaços minguam, minguam, minguam e os anunciantes idem, idem, idem.

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