Internet, pra quê?

O que existe de mais fascinante na Web comercial é sem dúvida o fato de estarmos sempre exercitando as meninges, o dedilhado e o gogó à caça de soluções que raramente encontram paralelos.

Porque sempre que queremos pensar em comunidades cibernéticas, acusam-nos de neo-românticos. Se falamos que ela é content oriented, somos megalôs. Se dizemos que ela é Mídia, irão tratar-nos de estraga prazer.

Então. É sobre essas três visões que eu gostaria de raciocinar e propor uma leitura pretenciosamente histórica sobre a utilização da Web comercial.

Comunity, comunity, comunity.

A Web era uma terra de corajosos idealistas. Corajosos porque as ferramentas eram toscas e os resultados incertos. Idealistas porque a perspectiva de torná-la rentável, quimérica. Nasceu nas BBS, no IRC, nos Moos, lá longe no tempo e no espaço. De neguinho pra neguinho, broder to broder.

Um montão de comunidades nasceu e morreu. Era legal. Foi legal.

E aí, chegou o carinha mais wired de uma mega marca e resolveu catar umas migalhas no budget pra investir na web. Na ora, bingo, “O que liga é comunidade, mano!”

Tudo quanto era marca famosona resolveu entrar nessa onda. Era uma tal de comunidade de sabonete, comunidade de pasta de dentes, comunidade de chocolate em pó. Uma farra mesmo.

Era sempre assim, quer ver?

A gente entrava nesse universo e já de cara perguntavam pra gente a música que mais curtíamos, o prato que mais traçávamos, nossa marca de bola de gudes, rolemã ou sutiã. Pronto. Que lindo. A turma ia se encontrar ali, naquele paraíso comunitário e curtir momentos lindos patrocinados pela generosa multinacional.

Mas algo aconteceu, porque nem as mais festejadas comunidades sobreviveram ou se renovaram. E hoje, ninguém mais se orgulha de pertencer a esses universos. Ninguém mais tem saco para preencher aqueles formulários chatos que vão alimentar ridículos bancos de dados inúteis de usuários minguados de uma grande marca de consumo de massa.

Nessas comunidades, faltou anonimato. Faltou também sacar que o broder que entrava nelas não vestia a camisa daqueles produtos.

Os projetos soçobraram por falta de público.

Content, content, nothing but content.

E depois, ficou claro que parecia muito fácil na Web dar conteúdo. Assim nasceram a era dos Soap Opera sites. A Web comercial estava começando e poucas iniciativas profissionais de veículos de comunicação pareciam preocupar-se em criar

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