A Internet morreu.

Primeiro foi o Big Bang. Deu um pipoco e foi aquela confusão, destroços para todos os lados, uma poeirada, um tohu-bohu. E como não podia deixar de ser, veio o verbo. Desandaram a falar e vomitar um monturo de palavrões difíceis, novos, sofisticados. O povo saiu como pode atrás de seus profetas, trocando também de credo a cada suspiro da Nasdaq.

Falava-se de Internet, de internauta, de banner, click troço, page vixe, pop-up the sailor man. Papo recorrente e chato.

Mas parece que a poeira deu uma baixada agora e estamos começando a enxergar alguma coisa.

Mas estranho, muito estranho, está tudo igualzinho. O mundo continua mundo, as pessoas pessoas e a Internet, bem a Internet, o que é isso mesmo?

Já está mais do que na hora de parar de falar de Internet. Uma hora isso tem que acabar. As pessoas não ficam falando de eletricidade a vida toda não é mesmo? Nem de ondas de rádio. A Internet está aí e não interessa mais falar dessa coisa. Estamos metidos nela de tal maneira que nem percebemos quando estamos dentro ou sobre ou por cima ou por baixo dela.

Por isso, proponho o fim dos jargões e das palavras chatas.

Portal, doravante, deverá ser chamado de veículo de comunicação.
Banner é um anúncio. Page view é impacto. Clique é, sei lá, clique é bonitinho então fica. Dot com é empresa, companhia ou firma dependendo da sua importância. Webmaster é zelador ou leão de xácara. Webdesigner é designer, diretor de arte ou simplesmente criativo. E site, pelo amor de Deus, site não é nada ou é coisa demais. Pode ser loja, pode ser brochura, pode ser jornal, TV, boate, clube, casa de massagem, sei lá. Vamos deixar de ser criativos com palavras e sermos criativos com os produtos, as marcas, os serviços.

Proponho ainda a morte dos profissionais da Web e a volta dos padeiros, livreiros, jornalistas, publicitários, vendedores de carro.

Proponho a morte dos departamentos de Internet, das revistas de Internet, desses horrorosos encontros de dot.com guys.

Proponho a morte dos Internautas. Quero que eles voltem a ser pessoas, como nunca deixaram de ser. Quero que voltem a ser vistos como consumidores e não extraterrestres.

Proponho que se aposente o termo nova economia e principalmente, essa coisa chamada Internet.

Internet e todas essas coisas ligadas a ela é coisa do passado. Coisa de enciclópédias e biblias sagradas.

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