Quem não se deixa seduzir pelos lindos termos técnicos que fazem a alegria dos envernizados neófitos do marketing? Funcionam até como um código de acesso, um tipo de dialeto iniciático. Quem sabe pronunciá-lo com direito a intonações yankees, pode se considerar aspirante a executivo, com crachá e cargo expresso no mesmo idioma. Com a chegada da Internet então, a gíria canhestra dos digeratis teve um crescimento ridículo.
Então, quando fala-se de relashionship marketing linkado com um CRM data-base oriented para uma copy strategy trendsetter de direct response baseada em targets específicos (nossa, meu word ficou todo grifadinho…) por exemplo, parece que estamos abrindo um espectro totalmente revolucionário de acesso aos consumidores quando estamos tão somente mandando junk mail para os usuários com uma personalização factoïde e pretensamente dirigida.
Muitas vezes, sucumbimos à tentação de usar tais termos, numas de deixar a platéia igualmente perdida e seduzida. Pega bem mas é ridículo, muito ridículo.
Lembro-me do link que recebi outro dia de um amigo. Um site alucinado, bizarro, numa língua incompreensível e uma legenda idem. Não faço a menor idéia para que servia o tal do site mas fiquei ali muito tempo, rindo e batendo na mesa. Imediatamente repassei o link para outros amigos, alguns dos quais, sabe-se lá por que conexão, já haviam visitado tido a mesma reação que eu diante daquela coisa.
Daí, fiquei matutando….que maluco esse negócio. Um site sueco falado em árabe ou hebraico, com uns sujeitos fantasiados com roupas russas, dançando na tela de uma maneira tosca, se passando o solidéu de cabeça em cabeça, sem falar da incursão non-sense de uma garrafa de coca-cola no canto da tela. Por que acaso aquele link chegou na minha mão? Por que inconcebível conexão? Qual foi o caminho? Quantas milhares de pessoas não foram impactadas? Com que objetivo? Qual foi a estratégia de divulgação?
Se eu perguntasse a um desses profissionais de marketing para qualificar esta ação, talvez encontrassem um nome esperto para qualificar a genial estratégia. Mas vou arriscar um termo novo.
Que tal um tipo de Random Marketing? Ou, melhor, Incidental Marketing. Isso mesmo, Incidental Marketing. Incidental Marketing é sem dúvida a mais poderosa e intangível das ferramentas de marketing da Internet.
Pratiquem!
Em tempo, o endereço do site é:
http://user.tninet.se/~prv247p/hatt/hatten.swf