Crise, Credo.

Nunca fui muito chegado em crises e há quem diagnostique nisso um estado avançado de descolamento da realidade. Acho chato, chatotum, chatorum, esse papo chato de gente chata que só fala dessa chata dessa crise chata.

É um pouco por isso que trabalho com esse lance aí de Internet. Nosso negócio, aqui embaixo, não é crise não, nosso negócio é credo. Uma coisa não podia estar mais distante da outra.

Dizem que a gente deve aprender a administrar crises. Pois eu acho que isso é moleza e old fashion. Bom mesmo é aquele que sabe administrar credos.

O Prêmio About de Comunicação Dirigida – Net Marketing foi o melhor retrato que se pode ter desse pensamento.

Primeiro porque não tem a menor crise nem sombra de crise nesse negócio chamado Net.Marketing. Também não tem muito dinheiro, mas isso é outra história. O povo está trabalhando. Muito e bem. Bastaria olhar para o crescimento do número de inscrições. Mas isso não diz tanto. O que é surpreendente é a qualidade dos trabalhos.

Para quem engatinhou com esse mercado desde seu primeiro arroto, posso dizer que, estamos salvos do lixo cósmico das brochurewares do início. Os poucos e corajosos sites-catálogos inscritos não chegaram a poluir o nosso prêmio.

Adoramos ver também que ninguém mais cai na arapuca das chamadas soluções safos que prometem a lua e entregam o sapo, com bancos de dados mirabolantes, comunidades virtuais quiméricas, catálogos virtuais estratosfericos. Estamos maduros o suficiente para saber dimensionar os projetos e prometer o que podemos entregar.

Deu para perceber também que o povo está conectado, sabe o que está acontecendo lá fora, investiga, corre atrás e não tem medo de brigar com seus clientes.

Bom, isso para não falar de design, conceito, idéia, enfim. Muito melhor, mais inteligente, mais engraçado, mais focado, mais ducaraio.

Talvez coubesse aqui uma análise detalhada dos melhores trabalhos. Infelizmente não posso fazê-lo por ter participado com uma inscrição premiada e ter sido honrado com a nomeção de presidente em um juri formado por algumas das melhores cabeças pensantes do mercado.

E por falar em juri, acho que eu sou o último ser humano do planeta a ler romances de cavalarias do século XV sem cair nas pieguices quixotescas daqueles que leram Cervantes nas coxas. Qual a diferença entre Tirant Lo Blanc e Quixote? Prazerdaminhavida e Dulcinéia? Infiéis assassinos e moinhos empoeirados? A questão é não confundir Tirant, o valente, o corajoso, o sensível e Quixote, o louco, o monótono, o bobo.

Lá, naquele juri do prêmio em questão, não tinha espaço para nenhum Quixote desesperado. Nenhum espaço chato para crises chatas.

E mais. Tinha a arte cavalheiresca daqueles que acreditam no que fazem, que sabem da importância de sublimar a concorrência e têm a humildade de discutir, debater e construir juntos.

E não tem crise que vai fazer a gente desistir de rezar por esse credo.

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