Odeio banners de 6 K!

O lance é o seguinte: existem dois tipos de produtos. Aqueles que chamamos de “information rich” como carros, computadores, livros, etc. São aqueles que têm muito valor agregado. E existem os outros, a saber, a maioria, os “information less”, tipo assim, pasta de dentes, sabão em pó, macarrão, absorvente feminino. Produtos commodities.

Essa é a primeira definição.

A segunda que dá a liga é que cada macaco deve ficar no seu galho. Em outras palavras, vocês acham que uma marca de carro deve encher lingüiça e resolver falar de carros só porque fabrica alguns? Ou uma marca de absorvente explicar como funciona o papa Nicolau só porque, enfim… Tem gente aí mais credenciada para falar do assunto, não é mesmo?

Portanto uma marca do tipo “information less” não tem nada que ficar inventando a roda para falar do seu produto.

Acho que isso é tão óbvio quanto o fato ululante que os media sites estão matando a galinha dos ovos de ouro quando insistem em nos convencer, a nós, agências, e aos nossos clientes que é do caraio fazer um bannerzinho meia boca no canto de uma página apinhada de informação. Acho ainda mais irritante quando chegam com uma idéia revolucionária de fazer o banner piscar, cantar, pular ridiculamente no calcanhar da página.

Porque não resolvem de cara esse problema e começam a se preocupar um pouquinho mais com o lado do anunciante (e das agências) e menos com o malditos pages views? Vêm todos com aqueles discursos fabulosos dos quinquilhões de pages views do site, como se isso fosse medida de audiência aceitável para um tijolinho estúpido, piscando “clique aqui pelo amor de Deus”. Isso me lembra muito aquela história tabu do afastamento da TV que os publicitários mais velhos nem querem ouvir falar e que por ser tabu não vou contar para vocês. O fato é que ninguém vê banner no fiofó da página. Clicar então, nem se fala!

Porque o que nos sobra mesmo é tentar fazer um site lindão, mas não adianta nada. Ninguém vai atrás de site de marca do tipo “information less”, ou se for, não volta, nunca mais ou então uma vezinha a tôa só para constatar que está igualzinho ao que era antes ou então que as maravilhosas, fresquinhas e exclusivas informações prometidas estão velhas, incompletas ou chutadas. E se não tiver propaganda, caramba, PROPAGANDA que preste, num formato que preste, vai ser uma garrafa no oceano com um pedido de socorro desesperado.

E não adianta virem os media sites dizerem que as agências não dão a menor bola para essa mídia. Ora, quer dizer então que as agências devem ensinar os veículos a vender seus espaços e medir suas audiências? Só faltava essa porque daqui a pouco vão querer ensinar as agências a fazer propaganda. Le monde à l´envers! Propaganda do tempo dos Pterodáctilos e dos reclames de Urodonal.

Porque é o seguinte: enquanto continuarem a oferecer esses formatos ridículos, os anunciantes de marcas do tipo “information less” vão insistir em criar conteúdos ridículos para seus sites competindo ridiculamente com os veículos e esses por sua vez vão ficar ridiculamente sem anúncios e pronto.

Ridículo impasse.

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