A mídia em uníssono.

Assisti como todo o mundo ao ataque terrorista nos Estados Unidos, pela TV. Estranhamente não fiquei chocado. Era como se minha retina estivesse cheia de vaselina. Meu olhar deslizou por aquele espetáculo. Nada muito além de mais uma super produção esmerada. Abduzido pela força daquelas imagens, confesso que fiquei desapontado no final: “mas foi só isso?”.

Com o tempo, no entanto, aquele pastiche da mídia foi se esgarçando. Com o tempo, foi me dando um estranho nó nas tripas. Meu coração disparava cada vez que acessava algum site de notícia, web afora. Me arrepiei tantas vezes. Chorei outras. E a cada hora que passa, o nó aumenta. O atentado é hoje mais grave do que foi ontem e menos do que será amanhã.

Estou com muito medo do futuro. Pior, estou com muito medo daquilo que pode estar acontecendo agora, neste momento. Medo daquilo que a mídia não fala.

Também tenho medo desse refrãozinho “bem pensante” que ecoa aqui e ali: “é chegada a hora do mundo ocidental olhar com tolerância e imparcialidade os problemas do mundo”. De que servem estas palavras além de tentar nos construir uma boa consciência de festim?

Tenho muito medo da combinação diabólica “ódio e patriotismo”. Tenho medo ainda das palavras vingança, da palavra culpado. Medo da fórmula “recuperar a auto estima”.

Medo da mídia e sua capacidade de equacionar insidiosamente problemas.

Este texto, lamentavelmente não tem conclusão. Esse texto, infelizmente, não sugere soluções. É só uma ingênua manifestação crítica.

Eu só queria que fossemos vigilantes, muito vigilantes.

Porque a pior das armas, a pior das bombas, a pior das chagas talvez seja a unanimidade.

0 thoughts on “A mídia em uníssono.

  1. affÊÊÊÊ^…cabei d chegar do cursooo….to té meio zonza..depois d duas horas kqle fone do visual mídia..ninguém

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