Ser consumidor nos dias de hoje não é bolinho não. Tem tanta coisa para decidir, tantos impulsos, tantas mídias, estímulos e provocações.
Ser anunciante, idem.
O melhor exemplo desse bombardeio de mensagens é, obviamente, a primeira página de alguns grandes portais na Web.
A palestra do Claudio Zibemberg, no primeiro Blue Bus ao Vivo, me deixou, ao mesmo tempo, num estado de hiperexcitação e perplexidade.
A esquizofrenia da mídia não está só na Internet. Está em todo canto. Na rua, na praia e claro, na TV, há um fogo cruzado de ofertas brigando pela atenção do consumidor que, por conta dessa briga, está cada vez mais distraído, letárgico e passivo.
Mas o que preocupa é chamarmos de “propaganda” tudo quanto é tipo de mensagem comercial: da pichação nas calçadas ao comercial de 30 segundos na TV aberta; do monitor de ATM às marcações, em alto relevo, de algumas marcas na areia das praias. Será que tudo isso é propaganda? Ou melhor, será que não deveríamos pensar em separações mais qualitativas das mensagens publicitárias do que a surrada classificação pelo tipo de mídia usado: propaganda de massa, dirigida, interativa?
Que tal se a gente avaliasse o tipo de propaganda pelo conteúdo, e não pela forma? Propaganda é conteúdo antes de ser forma. Boa propaganda é aquela que atrai a atenção do consumidor pelo seu conteúdo. Má propaganda é aquela que distrai o consumidor pela forma. Péssima propaganda finalmente, é a que estressa o consumidor.
Assim, ficaria mais fácil, inclusive, entender qual é o papel das agências de propaganda e qual é o dos pichadores, rasteladores de praias e fazedores de banners de 12 KB.