A sinuca da publicidade on-line.

Na semana passada, fomos surpreendidos por um desfalque de conteúdo on-line: o GuiaSP e o GuiaRJ sumiram da noite para o dia. Ainda que tenhamos sido brindados ultimamente com amargos dissabores do mesmo tipo, com o  desaparecimento de importantes e úteis iniciativas ou com a queda de qualidade sistemática de outras, dessa vez espumei mais que de costume.

Não cabe aqui discutir as razões que levaram grandes e importantes sites a fechar as portas. Além de serem óbvias, prefiro deixar tais comentários aos analistas, consultores e outros profetas que muito sabem vomitar explicações pós-facto e arrogar-se de teses apocalípticas ou milagrosas.

No entanto, por mais que as motivações financeiras sejam implacáveis, é difícil conformar-se que, de repente, não mais poderemos contar com esses que eram os melhores e mais competentes sites de serviços sobre São Paulo e o Rio de Janeiro.

O triste dessa história é a pavorosa sensação de que estamos retrocendendo, perdendo direitos adquiridos. A Internet comercial está em crise de negativismo.

Há de existir uma ou várias soluções para essa sinuca. É hora, mais do que hora, de discutir a mais evidentes das questões: por que os veículos comerciais, todos eles sem exceção, não conseguem atrair anunciantes?

Falam de má vontade das agências, de desconhecimento do anunciante, de comportamentos predatórios dos veículos.  Falam de modelos de comercialização complexos ou pouco convicentes, de formatos de publicidade inadequados e enferrujados, de obstáculos culturais no marketing das empresas.

Todas essas razões existem em maior ou menor grau. Pior fica a análise, no entanto, quando, na ponta do lápis, faz-se a conta da eficiência da publicidade on-line do lado do consumidor/usuário. Não existe nada mais simples do que provar racionalmente que publicidade on-line tem alto impacto, capacidade de consolidar imagem e gerar receita para o anunciante. Todos os veículos e agências já fizeram essa conta e, pasmem, a conta fecha.

Então, o que há de errado?

Errada é a falta de corporativismo, falta de discussão, de debates, de planos de ação. A hora não está mais para soluções individuais mas institucionais. Acredito que o mercado está suficientemente maduro e calejado para superar os preconceitos e rixas. Ainda, o que interessa agora, mais do que contas e equações, é o engajamento dos agentes. Pessoas envolvidas emocionalmente surtem mais e mais duradores efeitos do que fórmulas racionais.

Não é a primeira vez nem será a última que veremos soluções colegiadas tomarem corpo e surtirem resultados de curto prazo.

Na pauta urgente, reunir os agentes e envolvê-los num acordo institucional de revitalização do meio. Pelo bem do mercado.

Na pauta urgentísssima, colocar os GuiasSP e o GuiaRJ no ar. Pelo bem do usuário/consumidor.

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