Marcas: amor e não fé.

Todos os holofotes econômicos concentram-se hoje na construção de marcas fortes e portanto valiosas, multiplicadoras, desejadas. Para suprir essa pseudo-histeria, os agentes do mercado e em particular suas áreas de inteligência, concentram-se diariamente em cizelar armaduras defensivas e oportunistas para colocar as marcas num precisoso altar de adoração. É para isso que nascem os modelos de análise que se auto-proclamam catecismos dogmatícos. Qualquer profissional de comunicação ou marketing conhece hoje o caminho das pedras para elaborar esses discursos evangelizadores. O resultado é sempre, ao final, difundir a palavra e controlá-la a qualquer preço. E como um ato de fé, ao consumidor só resta mesmo crer. E comprar. Comprar e crer. Crer para comprar.

No entanto, por conta desses modelos, tornamo-nos instantaneamente, nós, profissionais de comunicação, aguerridos soldados. No entanto, por risco desses modelos, transformamos muitas vezes nossas decisões em assassinatos de oportunidades. Desejamos “atos de fé” dos consumidores e precipitamos as marcas em sangrentos “autos da fé”.

Radicais demais, engessados demais, esses modelos, ainda que sirvam em certos momentos para equalizar os conceitos e controlar as infertaces da marca com o consumidor, atrapalham.

O consumidor, os consumidores, são muito mais voláteis, dinámicos, complexos, promíscuos, influenciáveis, críticos, e emotivos do que pode supor as nossas pretenciosas análises. É assim que as marcas patinam, de forma viciosa e perdem o contato, num piscar de olhos, do coração dos consumidores.
Não somos contra os catecismos nem as regras, os templates, os modelos, os brand-keys, os DNAs, a definição de valores, personalidades, discriminadores, essencias e todo o bla-bla-bla. Eles têm lá sua função.

Mas quem é que cuida da inspiração? Quem é que constrói plataformas INSPIRADORAS de marca?

Pois o consumidor não escolhe e prefere uma marca por um “ato de fé” mas por um “ato de amor”. Uma marca não deve recitar mantras, uma marca deve inspirar. Só assim, nossas marcas poderão apaixonar os consumidores.

Profissionais de marketing e comunicação não são inquisidores da fé. Não só. Deveríamos ser filtros de amor.

0 thoughts on “Marcas: amor e não fé.

  1. Cuando mejor jugaba el inter despues de una jugada increible que pudo poner arriba al inter, cambiaso y mottase quedaron en las marcas

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Connect with Facebook