O tempo nem passou e já passou. Por que será? Por que será?

Nem dava enjôo de fazer mas mesmo assim não passava o tempo. Isso era antes. Antes, quando a gente acordava e não gostava de dormir porque não sabia para que serve. E já fazia os planos do dia. Primeiro tinha que ir lá ver o formigueiro destruído na véspera. Vai ver tinham desistido de vez. Teimosia de formiga. Depois, o caminho que a gente ia picar no meio do mato, para passar sem ser visto, se acontecer alguma coisa que precisa fugir é só levantar as samambaias. A comida ficaria pendurada num saco para ninguém achar. Precisava de uma faca também e uma lanterna se fosse de noite, um pouco de dinheiro para pegar um ônibus depois, e a caderneta de telefone para ligar para a vó. E se eles achassem o caminho tinha que cava um buraco. Tapar com uns galhos bem disfarçados. Mas talvez mais um depois, mais para o final do caminho. Esse eles não iam ver nunca e dava mais tempo para correr porque tem gente velha que não pode correr muito bem. Gente velha é bom porque sabe fazer comida mas dá um atraso danado!

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