Quando a gente fala de comunicação na Internet, ainda estamos muito viciados. Ainda somos incrivelmente preconceituosos, preguiçosos, covardes e protecionistas. A Internet ainda é assunto à parte, uma espécie de graal ou penico – depende do ponto de vista – da modernidade.
Vejamos a cobertura que a mídia dá ao assunto. Quase sempre se trata de um tema de especialistas, pessoas que só fazem isso e – pior – só sabem fazer isso. E são quase sempre os mesmos que dão opinião. O resultado é que os temas são assustadoramente repetitivos, entrópicos e chatos. Será que ninguém percebeu que não existem “consumidores de mídia”, mas “consumidores de marcas”? E, por isso mesmo, será que ninguém percebeu que não existem “especialistas em mídia”, mas “especialistas em propaganda”? Já está mais do que na hora de ouvir outras pessoas e não apenas e tão-somente os “pretensiosos” especialistas, os voluntária ou involuntariamente “segregados”. Nada contra eles, mas vamos ouvir os outros. Até porque, dessa interlocução, a gente vai descobrir também quem pensa o assunto, quem sabe raciocinar sobre ele e vai desnudar os ausentes e os que enrolam.
Vejamos como os prêmios de propaganda tratam do assunto propaganda na Internet. São prêmios separados, cheios de confusões para dividir as categorias e julgados pelos mesmos “especialistas”, os mesmos de sempre que só fazem isso. É insuportável ver o resultado, pois uma boa idéia é boa idéia, qualquer que seja a mídia, quem quer que seja quem a julga. Isso não significa, é claro, que não deva haver “categorias”. Ajuda a organizar um pouco e a comparar. Só significa que não deveria ter especialistas em Internet que criam para especialistas julgarem, especialistas verem e especialistas escreverem sobre. Ou melhor, não deveria ter só especialistas. Nem em Internet, nem em qualquer outra mídia. Devemos ter especialistas em propaganda e pronto. Ou em criação. E quem sabe, talvez, alguns especialistas em Internet também sejam especialistas em propaganda. E, quem sabe, especialistas em propaganda que julgam outras categorias não sejam assim tão especialistas assim em propaganda, porque não entendem nada de Internet.
Esses dois exemplos periféricos demonstram talvez também – e revelam – que as empresas de comunicação, as agências, não estão tão integradas assim, embora elas tenham o costume de discursar com criativas retóricas sobre o tema.
Mas é possível imaginar que exista um esforço para se rebelar contra o apartheid retrógrado, estéril e mal-assumido que acomete os profissionais do meio.
@dilmabr enquanto os mais pobres de sao paulo fica na periferia aguardadando uma uma opounidade ainda bem q existe o pro uni,,,