Quando o fundador do Youtube afirma que a mídia Internet vai acabar com a Televisão, não podemos nos deixar enganar pela já clássica falácia que confunde a plataforma com o conteúdo. A plataforma é a máquina, o conteúdo é o que a máquina exibe.
O que o cara está portanto dizendo pode ser visto de duas maneiras.
Plataformísticamente, o computador (ou que tais) vai acabar com o aparelho de televisão. É a HP versus a Phillips, por exemplo.
Conteúdísticamente, aquilo que se exibe na Internet, da forma como se exibe e da forma como se assiste é que está espezinhando os formatos tradicionais da televisão. Queiramos ou não, é sim o Youtube versus a Rede Globo.
Discutir plataforma é perda de tempo porque é nessa praia que a convergência rola, e bem.
Conteúdos e forma de produzi-los é uma discussão muito mais fértil.
O Youtube se diz uma plataforma de exibição. Ora, as emissoras de televisão também. Portanto, são concorrentes desse lado da moeda.
As redes de TV produzem ou adquirem conteúdos. Ora, o Youtube apesar de não ter estúdios e claquetes, também.
É que o Youtube sacou antes e melhor o que significa “produzir / adquirir” conteúdos hoje.
Ele sacou primeiro que direito autoral é uma vaga e fracassada utopia de dominação.
Entendeu que existem muito mais autores do que deixam supor as peneiras da Rede Globo.
Foi mais esperto porque entendeu que ninguém tolera mais o cabresto das grades de programação mas deseja o vôo semi guiado por algoritmos de relevância (audiência, cruzamentos de preferências, ratings, etc).
Ainda, o Youtube sabe da fragmentação da audiência e da atenção e que é muito chato ficar horas assistindo certos conteúdos quando se pode ir diretamente aos livremente editados. E “livremente” é palavra chave na afirmação como o contrário de “curado, escolhido por curadores”.
Por fim, o Youtube vai mais fundo na sua ciência e desenvolve ferramentas de produção / criação para seus fornecedores de conteúdo, inclusive seus concorrentes (com ou sem autorização). Ele dá espaço, ele dá interação, ele dá conexão e, vejam que louco, ele dá audiência.
E tudo isso, sem falar de medição de audiência e da maioridade do Youtube fechando contratos de exibição com estúdios.
Então deixemos de meias palavras: ou a televisão entende e aceita, e rápido, o que é produzir conteúdo hoje, ou ela aceita que é concorrente do Youtube. Ou vai dormir ou vai pra cima.
Fernand, muito bom o post.
Obviamente concordo com, no youtube podemos gerar conteúdo e escolher o que queremos assistir no momento que queremos, para tentar manter a audiência da TV cada vez mais a Globo tem sido presente na web.
Eu concordo com o texto. Nao escutei o que o fundador do youtube disse exatamente, mas concordo com ele tb, pois o Youtube é apenas o representante maximo de tudo o que voce descreveu.
Encara-lo como concorrente da forma tradicional, pressupoe que, se o Youtube morre-se de uma hora para a outra, a batalha estaria ganha, o que nao é verdade. Por isso, a concorrencia é sim a Internet, sendo hoje representada dignamente pelo marca Youtube.