Ninguém discute a generosidade da Internet e poucos ainda relutam em abrir espaço de colaboração em sites, blogs e que tais. A doutrinação funcionou: “as pessoas têm um desejo represado de expressão mas não se atreva a censurar e interferir!”.
Mas o que fazer com a bobageira e com a incontinência verbal?
Nem o mais disciplinado dos nerds, o mais aposentado dos internautas ou o mais lesado dos críticos tem paciência para o desfile de onomatopéias ou os comentários sobre comentários que povoam os espaços de leitores. Nem o mais diligente e libertário dos editores.
Existem ensaios de soluções, como por exemplo, a mais simples delas, que consiste em indexar e criar regras de relevância também para os comentários. Ou ainda, relacionar, visualmente, os comentários que fazem observações em cascata sobre outras participações anteriores. Ou, mais ousado e propositivo: criar um sistema lógico de triagem e hierarquização (sem qualquer censura) que permita o aproveitamento da colaboração em conteúdo editorial.
Esse é um importante desafio que se coloca para qualquer editor, caso contrario o convite à participação não passa de uma seção de cartas do leitor anabolizada com um defeito corrosivo: atrair colaborações cada vez menos interessantes até tornarem-se completamente irrelevantes, portanto inúteis.
Apesar de tudo, quem tiver saco para ler as enxurradas de comentários de algum blog bombado (esse aqui, feliz ou infelizmente é tímido), pode ter momentos de puro prazer e diversão, como por exemplo o Resenha em Seis.
Esse comentário é relevante ou onomatopéico?