A Internet nasceu para ser auto-gerida, auto-explicativa e auto-alimentada (podem acrescentar todos os “autos” do mundo). Qualquer controle centralizado que disciplina seu uso, em qualquer instância (pública ou privada) só consegue impor-se quando aceita e incorpora a participação dos usuários.
Mas para além dessa genética libertária e colaborativa, a Internet é a praia do auto-didatismo, onde o código livre e o copyleft (e sua variante caseira, o copy-paste) são a sala de aula e o parque de diversão de seus usuários.
Existem milhões de programadores no mundo e nenhum deles foi à faculdade para aprender o que faz (faculdade de quê? Computação? Jornalismo? Comunicação? Engenharia?). Eles se jogaram na raça e no entusiasmo. São os verdadeiros autores da rede.
Por outro lado (ou, do mesmo lado, quem sabe?), o desenvolvimento de ferramentas que facilitam e encurtam o tempo de aprendizado (softwares mas também plataformas pré-formatadas, algumas à prova do mais idiota dos usuários) multiplicam-se na velocidade do desejo de expressão das pessoas.
Não ter seu pedacinho na Internet é para abstêmios, heróis ou que tais quakers. Ou preguiçosos. Ou burros. Ou a mais perigosa raça do universo: os experientes enfastiados de argumentos. A turma do “é tudo a mesma coisa, eu já vi, já fiz, já sei”.
Teoricamente especialistas em Internet são um contra-senso. Mas vá lá que sejam um atalho para ganhar tempo. Nem tudo é tão simples. Principalmente em uma empresa.
No entanto, a bomba relógio, é abdicar ou terceirizar (é quase a mesma coisa) a função dos, assim chamados, mestres da rede, os programadores, os produtores, os neguinhos que fazem.
Na Internet, a criação é irmã siamesa da produção.
Terceirizar a produção é correr os mais sérios dos riscos: renunciar ao aprendizado, perder o controle sobre a criação e, a termo, perder o cliente e a receita.
Fernand, depois a gente acerta a comissão por esse post, ok?
PS.: Tb deixei um café pago na máquina aí embaixo…
Ouvi de vários gestores que a tecnologia é custo e não investimento, se fosse assim a Pixar não seria o sucesso que é hoje. Como o John Lasseter disse:
“A criação desafia a tecnologia, mas a tecnologia inspira a criação.”