Não deveríamos amornar a discussão da pirataria digital porque ela está no centro do tufão que se abate sobre poderosas indústrias. Cabe precisamente intensificar as pesquisas justamente porque o “gratuito” é um dos fatores que mais motiva a inclusão digital e seus indiscutíveis benefícios. Afinal, pirataria, é bom ou ruim?
Uma pesquisa da Ipsos MediaCT entrevistando 6.521 pessoas em 12 países no começo do ano, revela que o Brasil é o sexto pais que mais baixa ou ouve musica e o terceiro que mais baixa ou assiste vídeo em sites não oficiais.
A mesma pesquisa dá conta de que, quanto maior o numero de pessoas que baixa ilegalmente, maior aquele que baixa legalmente (com exceção da China, claro).
Ainda e mais interessante, se os piratas não tivessem baixado ilegalmente músicas e vídeos, a maioria deles não teria comprado nada. Portanto, o mercado não está sendo “roubado” já que esses indivíduos não comprariam.
Mas o mesmo estudo também assinala que os piratas consomem mais produtos culturais (cinema, concertos, shows, etc).
Quando estima-se um mercado potencial, a base é o numero de pessoas dispostas a comprar algo. Não deveríamos, portanto e no estágio atual da indústria, considerar os piratas como potenciais consumidores?
Não vamos confundir “público alvo” com “potencial de mercado”. Os piratas devem ser alvos e, convencê-los das vantagens que se pode ter em comprar “legalmente” (com argumentos de custo benefício), deveria ser o principal esforço da indústria. São eles que interessam e isso vale não somente para as gravadoras e estúdios de cinema, mas vale, e muito também, para a mídia como um todo (os leitores de blogs para os jornais, por exemplo).
Finalmente, muitos estudos dão conta de que, a curto e longo prazo, a troca livre de arquivos fornece aos consumidores o acesso a um leque de produtos culturais muito mais largo, o que se reverte em benefícios econômicos inegáveis.
Há quem diga que estamos no começo do começo do começo de enormes mudanças de comportamento. O início do início do início de gigantescas revoluções. Esse pensamento só presta se ele for útil para a ação. É só visitar uma gravadora “tradicional”: lá, até as moscas morrem de tédio.
2 thoughts on “Pirataria digital é um motor econômico”