Outro dia, encontrei um famoso que eu seguia no Twitter.
Me deu uma enorme vontade de perguntar se ele tinha tido tempo de escovar os dentes. Depois, pensei que talvez ele tivesse novamente esquecido as meias na academia e que, por isso, tinha tido que passar na farmácia para comprar um talco para os pés. Mas eu sei que sempre que ele vai dormir muito tarde – como aliás é muito comum na sua atribulada vida social – não lê os dois jornais diários.
Mesmo no final de semana, entre uma atividade esportiva e outra familiar, entre um jogo de futebol na televisão e um cineminha com as crianças (aliás, durante tudo isso também), esse importante amigo não perde uma única oportunidade de documentar sua excitante vida e benzer-nos com sabedoria. Seu senso de humor, devo confessar, não é dos mais inspirados, mas aos íntimos a gente perdoa que sejam gauches.
Em tempos de tantas atividades sócio-patologicamente-digitais, é tocante destronar famosos de seus pedestais e acolhê-los com suas singelas humanidades. Tudo sem nenhum esforço. Basta segui-los no Twitter (o campeão da sinceridade auto-provocada) e outras redes sociais.
Nuzinhos eles ficam, com os bilaus de fora, brincando com patinhos na banheira. Fofos.
Empatia?
=)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u633999.shtml