Minha obra é minha vida, estou nas redes sociais

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Quase nada sabemos sobre o Caravaggio. Nem ao certo onde nasceu, se morreu assassinado ou doente, quem sabe, numa praia da Toscana. Da luminosa Itália, na sua obra, raríssimos são os céus e sóis. É o claro-obscuro da sua alma que acentua as mais sofridas cenas bíblicas. Homem anônimo, pintor eterno.

“Há mais coisas na vida além da mídia, mas não muito… Na era da informação, a invisibilidade é equivalente à morte.” Germaine Greer

Um amigo enviou-me essa frase, certo de que ela poderia inspirar os leitores. Numa perspectiva isolada, a frase é uma esperança: nunca foi tão fácil, vide barato, aparecer, destacar-se e perpetuar-se. Somos reconhecidos, nas micro-sociedades que frequentamos, pelas confissões públicas que cometemos na Internet. Ser invisível é impossível. Somos imortais.

A vida, na Internet, é nossa tara, nossa razão documentada de existência. É dela que falamos e viralizamos. É a dos outros que comentamos e criticamos.

Na era da informação, nossa obra é nossa vida.

Esquecemos a lição do Caravaggio.

E depois, um dia, após a morte, apagar-se-ão nossos estéreis perfís que um dia, iludiram-se de eternidade.

9 thoughts on “Minha obra é minha vida, estou nas redes sociais

  1. ou não, né? tem uma galera que deixa lá, morbidez-mór, os perfis no ar… alguns inclusive atuantes, como homenagens-zumbis.

    abs

  2. São tantas redes sociais que os mais onipresentes adorariam um “Instant Profile Preencheitor”… seria uma mão na roda, hein?

  3. ODEIO INTERNAS NO TWITTER: Para isso, outras redes sociais apresentam-se melhores!!!

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