Cafonices de final de ano

Uma vez grande, grande para sempre. O tempo não é bom juiz. Só vale comparar o agora com o agora, e saudosismo é uma patologia sócio-cultural.

Está chegando o final do ano: é hora do balanço, portanto, dos prêmios.

Vamos nessa: quais são os 3 maiores de qualquer coisa viva? Compositores ou cantores, escritores ou poetas, estilistas, arquitetos, grafiteiros, artistas, chefes, fotógrafos, jornalista também vale, publicitário também.

Se você for honesto, pode apostar que a lista vai ser a mesma ou quase igual àquela que você fez no ano passado. A mesma que há 2, 3 ou 5 anos.

Tem dois tipos de entronização: o déja vu sonolento que repete indicações e o cocô perfumado que se obriga a renovar sempre.

“De novo eles” dá desespero, vontade de sair correndo, de suicidar o tempo que não passa na velocidade da ansiedade contemporânea.

“Nunca vi mais gordo”, em compensação, embrulha o estômago, dá vontade de vomitar, de se drogar por não acreditar num mundo tão medíocre.

Premiações são só uma exploração marqueteira da vaidade, ou, parodiando Gilberto Gil um  “Red Bull da Star System”.

Premiar (uma pessoa, empresa ou marca) é o supra-sumo da cafonice que começa numa intenção cafona, critérios cafonas, troféus cafonas e festas cafonérrimas.

2 thoughts on “Cafonices de final de ano

  1. Concordo com tudo, mas meu prênio de melhor campanha fotográfica do ano pelo CCSP foi mais que merecido!!!

    AHAHAHAHA.

  2. Nao falei de prêmios a trabalhos mas de prêmios a pessoas, empresas ou marcas. É diferente.

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