A Internet e a evolução

O que faz o gnu pastar impassível ao lado do leão? A  zebra dividir o riacho com a hiena? O leopardo se espreguiçar calmamente por sobre o rebanho de gazelas? E turistas barulhentos exaltarem-se com o rinoceronte impávido?

A evolução é uma luta desesperada pela sobrevivência. Uma lei natural que descarta o mais fraco e premia o mais adaptado.

O fingimento, a mentira, a brincadeira, a piada e até a má intenção são incidentes sem importância que se perdem na noite dos tempos.

Desde que a primeira forma de vida surgiu na Terra, a verdade como reflexo manifesto é fator da soma, da multiplicação de interações idênticas.

E o homem inventou a Internet, uma espécie de conexão planetária entre os humanos, uma reafirmação definitiva, inatingível, incontrolável também, de pertencimento. Nem as estradas romanas, as circunvoluções marítimas dos portugueses, as regras mercantis dos árabes e chineses, os tratados territoriais, os organismos políticos, as leis internacionais, as telecomunicações e tampouco as religiões, os mitos e historias universais, nada foi capaz de conectar a humanidade, dando-lhe sentido. A Internet inventou a comunidade de humanos.

Quando bilhões de pessoas interagem na wikipedia, no google e nas redes sociais, dá-se a realidade, outrora relativa, intangível e interpretativa.

As verdades deixam de ser abstrações. São realidades, doravante e para sempre, documentadamente “evolutivas”.

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