Se é verdade que 41% dos americanos entre 8 e 18 anos assiste conteúdo de televisão em outras plataformas além do aparelho que trona na casa de bilhões de pessoas em todo mundo, a constatação pode parecer um atestado de falência premeditada para os fabricantes. (Vale observar que isso é uma tendência de comportamento que irá aplicar-se a todas as faixas etárias e povos). Por outro lado, a previsão parece redentora para quem produz conteúdo televisivo.
É provável que 10 em cada 10 fabricantes de televisão digam que nunca se vendeu tanto aparelho e que 10 em cada 10 críticos da televisão afirmem que nunca a audiência do meio foi tão baixa.
Mas esse debate é chato.
O que interessa mesmo é, a partir dessas evidências, preocupar-se frenética e obsessivamente, em mensurar verdadeiras audiências de conteúdos.
A única saída é calcular de forma exata – e não amostral – todas as audiências somadas e precificar os custos de mídia a partir dessa nova base.
A única saída é um custo único, por audiência, e uma venda verificada. “Nessa estratégia você teve X de audiência – eis a comprovação – portanto você deve Y onde Y é X vezes o custo unitário”. Ou variantes escalonados dessa equação (com tetos e pisos ou faixas de descontos).
Já dá pra imaginar os espíritos de porco dizendo que a audiência do computador é diferente da televisão, da revista, do celular, do vídeo game, do sinal de fumaça, da telepatia. Complicação sócio-antropopops. Audiência é audiência e ponto final.