O mundo não vai acabar amanhã

Dizem que um pivete bateu a carteira do Bill Gates. Foi uma comoção. Todos os veículos, revistas sérias e menos sérias, cobriram o evento. Especialistas foram convocados para discutir o impacto da gatunagem, outros cientistas, as causas do evento. Teorizou-se muito e ativistas, profetas e outros do manicômio manifestaram-se.

Investigações mais profundas, CPI’s e a Interpol, finalmente revelaram o tamanho do prejuízo sócio-financeiro: o magnata, possuidor de uma fortuna estimada em 40.000.000.000 de dólares foi surrupiado em 50.

Foi mais ou menos o que aconteceu com os 8 centímetros que se moveram no eixo da terra depois do terremoto no Chile.

Apesar de alguns que insistem em dar cobertura cataclísmica em rede nacional, com ares compenetrados e apocalípticos, fora matar menos gente do que qualquer epidemia de resfriado, derrubar menos favela do que qualquer viaduto e amplificar menos choro do que qualquer enterro de líder comunitário, o terremoto no Chile teve o efeito de um soco de pulga no saco de um elefante.

A questão que atormenta no entanto é por que será que as pessoas estão tão desesperadas para que o mundo acabe? Por que queremos tanto que tudo dê errado, que o mar esparrame, que os rios transbordem e que o planeta chupão nos castigue?

Sorte minha que vi um macaquinho no jardim hoje de manhã, que não tinha trânsito, que o meu amigo do sinal me contou uma boa e que, afinal de contas, se a mal educada da gata fez xixi na minha mochila é que está na hora de comprar uma nova.

Pai Nosso que estais no céu, fique por lá e nós ficaremos por aqui, na nossa Terra, que é, por vezes, tão bela.

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