A Internet é uma formidável base conectada de dados, que, no limite, liga todos os conteúdos criados pelo homem.
A Internet não é portanto uma mídia, nem uma plataforma. A Internet é um banco de dados.
Uma biblioteca é uma base de dados. Tudo bem que é bonitinho e romântico, mas, no frigir dos ovos, não passa de um agrupamento de dados. Esse agrupamento, para além de sua beleza estética, não serve para absolutamente nada se não existir um jeito de achar aquilo que se procura. A não ser para os saudosistas, não se flana numa biblioteca e por isso a coisa mais importante de uma biblioteca não é aquele monte de estantes, é a bibliotecária. “Bom dia dona Adelaide. Procuro “O alienista de Machado de Assis”, e a simpática velinha vai lá pegar o livro para a gente, não sem antes dizer, com riso malicioso “Cuidado para o Bacamarte não internar o Senhor!”
A Internet é a biblioteca da Dona Adelaide e a Dona Adelaide, na Internet, se chama Google ou Yahoo, para a velha guarda.
Uma livraria é uma enorme base de dados. Além de ser um lugar simpático, onde é bacana de ser visto, ninguém fica horas passeando entre as prateleiras. Por isso, existe uma Dona Adelaide, a vendedora: “Olá, como posso ajudar, procura algo?” e lá vem a Adelaide com o algo, comentando “tá saindo muito esse daí, viu!”. Uma livraria também tem umas vitrines que ajudam um pouco a Adelaide a não precisar se desdobrar com os clientes. Essas vitrines exibem os lançamentos, as recomendações, as ofertas.
A Internet é a livraria da Adelaide e a Adelaide, na Internet, se chama Google. As vitrines, na Internet, se chamam veículos de comunicação.
Na Internet, quem é mais importante, a Adelaide ou as vitrines, também conhecidos como veículos de comunicação ou, se preferirem, os curadores de conteúdo?
Um veículo de comunicação, na Internet, sem uma Adelaide muito eficiente e prestativa não passa de uma vitrine empoeirada.
@GaudTorquato: Duas coincidências: o pode mais e o 45. 45, número do PSDB, 45 anos. Campanha chegou tb à mídia. A favor, contra e mais ou menos.