A propaganda dos fominhas e brucutus

Toda agência de propaganda tem atacante fominha, lateral que dribla pra trás, meio de campo perdido e zagueiro brucutu. Para quem assiste de fora, a falta de entrosamento é a alegria dos comentaristas. Mas para quem está em campo, a bola está em jogo e não tem replay.

Como no futebol, o esquema de jogo é quase sempre caudatário do talento de alguns. A vitória é dos craques, a derrota é dos técnicos.

Toda agência de propaganda tem criação, planejamento, atendimento e mídia. Todas, inclusive as modernas, inovadoras, hypadas, desesperadas, desconectadas ou desencanadas.

Como no futebol, na propaganda existem regras do jogo.

A regra do nosso jogo é a seguinte: trabalhamos para clientes que comandam uma grana que devemos investir em veículos de comunicação que escolhemos em função das audiências que eles geram.

Não mudou muita coisa desde tempos imemoriais. Ainda temos a grana dos clientes, ainda trabalhamos com veículos de comunicação e ainda temos que investir neles.

Mas uma coisinha singela está diferente: as audiências não são mais dadas. Elas agora estão voláteis, independentes e incertas. Elas estão hoje em um bilhão de lugares e amanhã estarão em um bilhão de outros lugares. As audiências foram alforriadas.

Novas regras se impõem e novos times também.

A mídia não pode mais ser fominha e encastelar-se atrás dos dados. A criação não pode mais ser brucutu e achar que só Jesus salva. O planejamento não pode mais dar drible pra trás com sua sapiência do consumidor de ontem e o atendimento não pode mais dar dribles para trás da sua cautela.

Com essa audiência liberta, não dá mais para prescindir de esquema de jogo e não dá mais pra fazer gol sozinho.

Mais importante que criar idéias (seja lá o que isso algum dia significou), a gente tem que aprender a criar audiências e para isso, talento e umbigo não bastam.

4 thoughts on “A propaganda dos fominhas e brucutus

  1. Fora Dunga..Fernad como tecnico do Brasil….adorei a metafora com o futebol…só não sabia que vc dominava, também, este asssunto.

  2. Só não entendi a frase “Mais importante que criar idéias (seja lá o que isso algum dia significou)…”. Será que adianta encontrar a audiência e apresentar mensagens insignificantes para ela? Fazer uma linda jogada, driblar o goleiro e chutar pra fora?

    1. Então vamos continuar com a metáfora: o gol, no caso, é a audiência. A jogada e driblar o goleiro é técnica e a bola é a idéia. Eu não disse que a idéia é irrelevante, só disse que ela não é a única coisa importante. Obs: tá aprendendo a jogar bola Mano?

  3. como se diz no futebol: o Fernand joga nas onze. Joga mesmo.

    Apesar de sinceramente ser dificil imaginar o Fernand de calção, meião e camiseta. Dá p imaginar o Fernand de chuteira? hahaha.

  4. – Agência: Luís: Criação, Atendimento e Pesquisa… Nathalie: Planejamento, Mídia e Pesquisa… – Agência Formada !

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