Propaganda vende coisa ou causa?

Propaganda existe para vender. Esse é o axioma que conduz a atividade desde sempre, e ninguém discute.

– Mas vender o quê?
– Raciocina, Pedro Bó, raciocina!

Uma empresa precisa vender coisas físicas ou serviços. Coisas que você pode comer ou coisas que você pode usar.

Então, se a gente precisa vender, a propaganda tem que fazer as pessoas comprarem. E a gente usa todos os recursos possíveis para isso. Fala a verdade, aumenta, mente, desvia, rodeia.

Funciona, mas nem tanto quanto funcionava, porque as pessoas não param quietas para ouvir o que elas já estão carecas de saber, tampouco ainda acreditam no pó de pirlimpimpim.

– Pra preservar o meio ambiente, a gente faz propaganda pra vender árvore?
– Raciocina, Forrest, raciocina!

Uma organização desse tipo, seja para defender as florestas, seja para tirar crianças da tentação da violência, serve para mobilizar pessoas.

A propaganda, portanto, nesse caso, faz as pessoas tirarem a bunda da cadeira, os olhos da bunda do próximo, as mãos da cumbuca alheia ou do saco próprio.

Em outras palavras, essa propaganda vende causas. Não vende nem árvore, nem violino, nem nuvem, nem xixi. Vende consciência, por isso mobiliza. Transforma.

– E por que a propaganda normal não vende causas, não mobiliza, não transforma?
– Não faz pergunta difícil, Palisse!

5 thoughts on “Propaganda vende coisa ou causa?

  1. Recentemente assisti a uma palestra que comentava a questão de vender causa para o eleitor – se tratando de marketing político. O foco usado nos EUA foi essa, vender uma causa e não o Obama.

  2. Isso me fez pensar em uma coisa. Acho que propaganda que vende causa mexe diretamente no segmento, então todos são beneficiados, não apenas o financiador da campanha (tipo isso: http://tinyurl.com/arra2w). Acho que vender causa é elevar o nível da competição, mas cadê a coragem? Coragem não… cadê a confiança?

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