Porque todo jurado pensa igual mas faz diferente?

Está aberta a temporada de caça às premiações, que ainda são as mais eficientes formas de dar visibilidade e reputação a uma agência de comunicação. Não há discussão para esse argumento. Podem falar, espernear, invocar os espíritos justiceiros e os orixás empresariais, mas ainda são e serão por muito tempo os louros criativos o fiel da balança que separa as boas das menos boas.

É um jeito. É o jeito.

Nas antípodas desse fato, existe a propaganda real que segue modorrenta, repetitiva, conspurcada por impulsos aparentemente menos nobres do que aqueles que habitam os jurados dos prêmios.

Todo o mundo, do mais talentoso ao mais comportado, do mais agraciado ao mais hostil, do mais brilhante criativo ao medíocre, sabe perfeitamente distinguir uma boa propaganda de uma ruim. Os argumentos são surpreendentemente os mesmos, as referências idem e as apreciações também. Todos os jurados são iguais e, colocados de lado os interesses individuais legítimos, o crivo é rigorosamente o mesmo. A única diferença está na generosidade de uns e outros. É até comum perceber que a tendência é quase inversa à lógica: quanto mais premiado o jurado, mais tolerante.

Então onde está o real talento?

E se a criatividade não fosse a diferença que qualifica uma boa de uma má propaganda? Porque todo o mundo sabe as mesmas coisas e julga da mesma forma.

E se o bom publicitário não fosse o mais criativo, mas o mais convincente, o mais corajoso, o mais teimoso, o mais sedutor?

É na rua que a gente separa os homens das crianças, e não na sala de justiça, nem no palco.

6 thoughts on “Porque todo jurado pensa igual mas faz diferente?

  1. Fernand, boa tarde

    Li seu comentário sobre um artigo no OVERMUNDO: http://www.overmundo.com.br/overblog/idolos-de-uma-crise (pesquisa a respeito da popularidade dos ídolos da música). Eu estou desenvolvendo minha dissertação de mestrado pela PUC de São Paulo justamente abordando o tema e me seria de enorme valia ter acesso a mais dados desta pesquisa. Seria possível entrarmos em contato? desde já agradeço.

    Érico F. de Oliveira

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