Leporello era baixinho, gordinho e cabaço. Tentava ficar com umas rebarbas das proezas amorosas do mestre cantando seu catálogo: “Já são mil e três”. Don Giovanni seduzia com outras armas. Com as tímidas, posava o recato; com as sensuais, simulava arrojo; com as nobres, declamava; com as plebeias, jurava núpcias. Não era a quantidade que lhe orgulhava, era a estreia sempre renovada.
É enfadonho acompanhar a explanação, mesmo entusiasmada, de cases de marcas. O roteiro é sempre o mesmo.
Passa-se muito tempo enobrecendo os obstáculos. Com um rosário de superlativos, enaltece-se a posição dos concorrentes, apiedamo-nos sobre os recursos e a condição aviltada da marca.
Quando o Zorro entra em ação, ele encontra a centelha, a pedra angular, o calcanhar de Aquiles, o ponto de inflexão (vai anotando, essas palavras causam efeito).
Seu achado, seu insight, a pedra filosofal, o ovo de Colombo, a caixa de Pandora, o pó do Pirlimpimpim, Abracadabra, Catsibiriça Scarapimbauê Catinguerê (anota também, é aquele toque literário), e pronto, a gente vira a mesa, quebra o paradigma, levanta o véu, desvirgina, dichava o bagulho (essa parte é boa para dar aquela excitada básica).
Daí pra frente é só exagerar as escalas dos gráficos, dar aquela arredondada generosa, sem poupar humildade e temência à Divina Providência porque, afinal de contas, “não dependeu só da gente, contamos com a valiosa contribuição da companhia. Nós entramos com a ideia, eles, com a raça”.
E pronto, é só entrar em cena o grand finale, o arrebatamento emocional, o gozo da Kundaline, a criação.
E podem reparar, quanto maior a propaganda preliminar, maior a decepção.
Quanto maior o dote, pior a performance.
Dizem que Long Dong nunca levantou a piroca de tão descomunal. Por mais que tentasse, o membro continuava dependurado, flácido e trapalhão. Usava prótese nos filmes. Nós também.
Cases de propaganda ou como excitar Lond Dong – http://www.alphen.com.br/2010/05/21/case…
RT @Alphen: Cases de propaganda ou como excitar Lond Dong – http://www.alphen.com.br/2010/05/21/case…
rs,
bem bacana.
Abraço.
Li seu comentário sobre um artigo no OVERMUNDO: http://www.overmundo.com.br/overblog/idolos-de-uma-crise (pesquisa a respeito da popularidade dos ídolos da música). Eu estou desenvolvendo minha dissertação de mestrado pela PUC de São Paulo justamente abordando o tema e me seria de enorme valia ter acesso a mais dados desta pesquisa. Seria possível entrarmos em contato? desde já agradeço.
Érico F. de Oliveira
Erico, por favor, entre em contato com Ricardo Pirani, rpirani@fnazca.com.br
sensacional
haha. excelente.