Propaganda, fiel da balança de audiência

Desde que inventaram o controle remoto e sua diligente criada, a TV por assinatura, a identidade dos diferentes canais ficou difusa e por vezes caímos nas armadilhas que pasteurizam as programações.

Já se foi o tempo em que achavam que o vilão dispersor de audiência era o intervalo comercial. Mais inteligente considerar que o ponto de fuga é o mau conteúdo, todos eles confundidos, inclusive os comerciais.

Manter a saliva do telespectador no grau é, portanto, um compromisso que interessa a todos: anunciantes e veículos.

Bons conteúdos emprestam audiência para conteúdos menos bons e os ruins fazem um vácuo difícil de recuperar. É um pulso sensível manter a audiência ao longo da programação.

Este é ano de copa e de eleição. É ano de excitação econômica. Já está tudo atropelado e as entregas comerciais prometem alongar os intervalos comerciais.

Dia 23/05/2010, Fantástico, dois intervalos distintos.

Primeiro. Conteúdo premiado: Fiat Uno, Claro, Skol, VW Gol, Nextel, mas também Código do Consumidor e Unip.

Segundo. Sente o drama: Casas Bahia, Dupla Sena, Globo na copa, Hyundai, Tigre, Torpedo Campeão, Governo de SP, Sex and the City.

Zefa assiste televisão concentrada olhando a tela.

No primeiro break, atenção permanente. Audiência preservada.

No segundo, Zefa não resistiu ao comercial da Dupla Sena. Virou a cabeça para o lado e adormeceu. Audiência perdida para sempre.

Intervalo comercial é grade, e quando o comercial é chato, ela não prende ninguém.

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