Entrar no palco, encarar uma multidão, mesmo quando as críticas são menos que as expectativas, mesmo quando a técnica escravizou a segurança, exige muito mais do que disciplina e senso do dever. O medo do outro oprime, seja ele familiar ou novo.
E, assim, a arma mais poderosa, universal e disponível para enfrentar as plateias é a vaidade.
O performer, em qualquer atividade e para qualquer finalidade – artista, político, palestrante e até numa simples reunião com meia dúzia de colegas ou clientes – precisa-se do gás e da armadura fornecida por uma dose de exibicionismo. Todos aqueles que pretendem galvanizar uma plateia – até as mais prosaicas e menos flamejantes, uma reunião de amigos até – desempenham melhor se souberem aflorar seu lado “drama queen”, carente de reconhecimento, louvor e aplausos.
Sem exibicionismo não há espetáculo, nem sedução, nem paixão.
É muitas vezes difícil aceitar, reconhecer, assumir e muito difícil admirar, mas o revés da moeda do comunicador é o exibicionismo.
Mas há uma fronteira nem sempre clara entre o exibicionismo útil e o exibicionismo do star system. O perigo é confundir os dois. O primeiro é arma; o segundo, armadilha. O primeiro traveste, o segundo escraviza.
Tantas são as tentações que embrulha o estômago, por exemplo, reconhecer o exibicionismo do “sistema da fama pela fama” das redes sociais.
É sempre mais simples, mais tentador, mais fugaz também do que disciplinar o ego e utilizar a vaidade a serviço de uma ideia e de um discurso, simplesmente para vencer o medo da plateia.
O exibicionista útil e o exibicionismo star system do Twitter – http://www.alphen.com.br/2010/07/19/o-ex…
RT @Alphen: O exibicionista útil e o exibicionismo star system do Twitter – http://www.alphen.com.br/2010/07/19/o-ex…
Também sinto meu estômago embrulhado cada vez que vislumbro no facebook um palco, no twitter um ensaio sob holofotes… tudo ópera bufa. Bjs