Matar e morrer pela audiência

Um agregador de conteúdo de informação compila o que está disponível, organiza, ranqueia e, geralmente, cita a fonte do material. A Internet criou esses megaclippings gigantes e gratuitos. São muito úteis.

Os produtores de conteúdo de informação não estão muito contentes, claro, porque acreditam que perdem audiência (sic) e, consequentemente, receita. Eles alegam que não é muito justo porque produzir custa caro, enquanto que agregar não custa nada (sic). Também dizem que esses ladrões estão ganhando às suas custas (sic).

O nó górdio do debate, no entanto, não está nesses agregadores (Yahoo News, Google News), mas sim em duas regrinhas que decorrem do hábito de consumo de conteúdo na Internet: nada é exclusivo e nada é pago. Portanto, a justa remuneração de todos os jogadores deve advir da venda da audiência gerada. Matar e morrer pela audiência.

Produtores e agregadores só deveriam preocupar-se em geração de audiências, massivas, qualificadas, segmentadas, fidelizadas e, para isso, é preciso entender as audiências, pesquisá-las, atendê-las, convidá-las a participar. Ouvi-las.

Produtores de conteúdos de informação ouvem pouco suas audiências. Medem muito, mas ouvem pouco.

Agregadores só ouvem. Ouvem muito e mudam muito.

Existem duas formas típicas de se informar. A passiva, o hábito; e a ativa, a procura. Os produtores de conteúdo de informação investem – sempre investiram – em estimular, acalentar ou criar o hábito. Já seus novos concorrentes só querem saber de adaptar-se aos hábitos das audiências.

O bonde está passando. Não é dando as mãos que a gente vai segurá-lo.

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