O desenvolvimento tecnológico tem aceleração progressiva. Isso significa que, se levamos milhares de anos para descobrir a fala, levamos menos milhares para a escrita, menos ainda pra a imprensa, e não vemos a hora de anunciarem logo a nova versão do Ipad, que se não ocorrer em meses, nos fará anunciar a decadência irreversível da Apple.
Outra constatação inegável é que o progresso é uma cadeia que ocorre por uma sucessão infinita de pequenas descobertas que se sucedem. Embora tendemos a valorizar as grandes mentes, Guttemberg não inventou a imprensa, juntou cacos de descobertas tão maravilhosas como a sua, como os tipos móveis, criados milênios antes, pelos chineses.
Aceleração progressiva e cadeia criativa é a base de nossa superioridade.
Tomar consciência disso é um exercício de humildade saudável porque a dependência desses dois fatores de superioridade é inexorável, inapelável, incontrolável.
Queremos sempre mais e quanto mais rápido queremos mais, mais interdependentes precisamos nos tornar, menos vaidosos, poderosos e ricos, também.
No limite que já alcançamos, a capacidade criadora – reputada ser de herança mágica ou divina – atomiza-se, esfacela-se, perde relevância.
Não é mais da presumida conexão com o éter criativo que devemos atribuir valor ao trabalho, mas da capacidade integradora e colaborativa.
Criação ou colaboração – http://www.alphen.com.br/2011/01/31/cria…
RT @Alphen: Criação ou colaboração – http://www.alphen.com.br/2011/01/31/cria…
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Não acredito no “éter criativo”, na viagem tola e abobalhada nem na inspiração das musas, a não ser como alegoria. Acredito, isso sim, em talento ampliado pelo trabalho. Não sei se a capacidade criadora é herança mágica ou divina, mas não acho que esteja perdendo relevância. Inclusive porque sem ela a própria colaboração dá em nada.