A crítica, assim como o riso, é própria do ser humano.
A crítica faz andar pra frente, e o riso, uma espécie de antídoto, dá trégua à caminhada. A crítica dá rugas, o riso é anti-age. E, quando a crítica consegue divertir, é como um porre sem ressaca.
E, apesar do lugar comum (“criticar é fácil, difícil é fazer”), a crítica está na origem de qualquer fazer minimamente criativo. A energia inovadora nasce da crítica (ou autocrítica). É quando não concordamos, não gostamos ou não nos basta que surge mais inspiração. Referenciamo-nos, cercamo-nos de outras autorias e, consciente ou inconscientemente, criticamos para criar. Negamos, destruímos, relativizamos, para construir.
E a crítica alheia, maldosa ou condescendente, vulgar ou educada, do nosso próprio trabalho, também acende novas gasolinas internas.
Mas, porque o exercício da crítica é viciante, ela apaixona, e a paixão é uma doença incurável.
Daí vem a Internet: nego compra um megafone na liquidação e sai fazendo passeata por qualquer galinha atropelada.
Lidar com essa enxurrada de opiniões pode causar sérios danos ou muito sono.
Mas, afinal, incentiva-se ou censura-se? É bacana ver todo o mundo tendo opinião de tudo, sobre tudo e, pior, falando para todos despudoradamente?
Então vem o sábio da montanha e diz ” A crítica exige responsabilidade ou costas largas”. Em outras palavras, deixa estar, deixa fazer, e que cada um assuma seus próprios riscos ou acione seus pistolões.
Mas aí vai uma dica: se você tiver venta grande e incontinência digital, lembre-se do riso. Faça graça. A crítica gozada é sempre mais difícil de entender. A crítica que faz rir é também muito mais fácil de digerir. Isso afasta uma pá de problemas.
A incontinência da crítica na Internet – http://www.alphen.com.br/2011/03/03/a-in…
RT @Alphen: A incontinência da crítica na Internet – http://www.alphen.com.br/2011/03/03/a-in…
Sou totalmente contra a censura. Em paralelo, e sem contraditório, abomino a crítica raivosa e/ou vulgar. Soa como fundamentalismo. Concordo que a crítica pode ser ou gerar criatividade. Mas algumas desse tipo só destroem. Ou criam algo destrutivo. Portanto, endosso sua sugestão: melhor com humor. Sobre o quanto se critica na Internet – e a forma – dia desses, quando eu tiver tempo e energia para fazer meu próprio blog, vou escrever o quanto acho que isso é não só catártico (claro), mas também reflexo da covarde mesquinhez não declarada que, no anonimato e na distância da “geléia digital”, vira coragem de brutamontes. Eu mesmo acabei soando melancólico, né? Sorry.