Muitos anos atrás, a Internet era uma curiosidade intelectual, como o hermafroditismo dos cavalos marinhos ou o matriarcado das sociedades celtas primitivas. Como é da natureza de todas as idéias divergentes, com o tempo, o assunto tornou-se alvo de ideários inflamados, com argumentos simplórios, como as boutades conservadoras do premier israelense ou de algum ditador africano.
Mas já há alguns anos, a Internet tornou-se uma coceira agradável no discurso de muitos profissionais de comunicação. Uma feridinha que a gente acalenta com prazer, um pecadinho, íntimo, gostoso.
É que na Internet, muitas frustrações se acobertam e o ambiente sorri de volta a ambições fora de moda.
Se a mídia tradicional fechou suas portas para experimentações e ousadias desconexas, temos a Internet para veicular nossas quimeras no Youtube. Se a mídia tradicional encafifou com a forcinha espontânea que sempre deu a idéias originais, sempre haverá um blog “muito influente” afim de dar cobertura gratuita.
Então vemos surgir defesas mirabolantes para investimentos eufemisticamente corajosos: “põe na Internet que a coisa se espalha!” ou “vai dar mídia espontânea”. O intangível e incontrolável justifica.
É assim que nascem os cases de vaudeville que se empilham nos festivais de propaganda.
RT @Alphen: Os novos fantasmas da propaganda – http://bit.ly/g2lGkI
Acho que pesquei um novo tema.
Por mais livre que a internet seja ela é automaticamente, ou naturalmente, censurada pelos próprios usuários. Você podia escrever sobre essa censura (ou triagem de conteúdo) que mostra que o número de “views” não fazem a menor diferença.
Algo se espalha por ser super legal ou por ser super preconceituoso ou nojento, então “views” não pode ser métrica para sucesso.
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Os novos fantasmas da propaganda – http://bit.ly/g2lGkI (via @Alphen)
Premissa: sou usuário, simpatizante e até entusiasta de certos aspectos das redes sociais. Fato: fui ao seminário sobre o tema na ESPM. Algumas de minhas conclusões:
– Redes sociais são ótimas, mas vc não pode usar pra falar diretamente do produto, porque o pessoal não gosta;
– Redes sociais são ótimas, mas não importa o quanto sua marca seja honesta e respeitável, o pessoal vai usar a exceção pra te malhar;
– Redes sociais são ótimas, mas não dá pra formular uma estratégia que funcione pra mais de um caso;
– Redes sociais são ótimas, mas não dá pra calcular muito bem o custo-benefício do investimento porque não dá, de verdade, pra mensurar os resultados;
– Redes sociais são ótimas, mas ninguém sabe se um grande número de acessos, views, cliques, twittes e retweets gerados por uma ação de marca realmente se traduz em algum valor de branding perdurável;
– Redes sociais são ótimas, mas quem ganha dinheiro mesmo com elas são os caras (não as marcas) que, por um motivo ou por outro, conseguiram construir uma audiência, igualzinho à mídia tradicional;
– Redes sociais são ótimas, mas um profissional que faz isso pra um monte de empresas não consegue formular um único pensamento inteligente sobre um fenômeno monumental como “O Criador”;
– Redes sociais são ótimas pro cliente fantasiar que não vai mais precisar gastar com mídia e pra um monte de agências tirarem mais alguma grana do cliente;
– Redes sociais são ótimas pra um professor conhecido e supostamente respeitado fazer uma apresentação que se propõe a ser um seminário, mas tem a consistência e a profundidade de uma palestra motivacional;
– Redes sociais são ótimas mesmo para o Charlie Sheen, o Luciano Huck e o Rafinha Bastos.
Gustavo não o conheço, mas permita-me parabenizá-lo pela excelente reflexão. :o)
Ana, só agora, depois de meses, vi seu elogio. Agradeço siceramente. Vou te procurar pela rede. Abraço.
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