Os consumidores mentem. São influenciados. Não têm opinião própria. São burros e ignorantes. Repetidores treinados que não sabem emitir julgamentos novos, suas referências são lugares comuns. Gostam de dar opinião, mesmo que não acreditem ou não entendam o que elas significam.
Esse bando de chimpanzés, esse rebanho de ovelhas são o que somos, na média, todos nós. Essas bestas que somos compram. Por isso precisamos delas. E, porque dependemos de suas escolhas, ouvimos o que elas têm a dizer.
Especialistas sabem dar opinião, acreditam no que dizem e entendem o que lhes perguntam. Especialistas são pessoas que dedicaram muitos anos de suas vidas fazendo a mesma coisa. Essas coisas que fizeram tanto mobiliam o imaginário e moldam a lógica.
Essa seleção de amestrados, esse clube de pacientes malabaristas são pessoas que precisamos para nos ajudar a entender os animais que compram. Dependemos de suas opiniões e de suas inteligências treinadas.
Como esperar inovação ou frescor do calejado especialista que decodifica a massa sem forma, sem cheiro, sem graça? Porque muitas vezes os papeis se invertem: especialistas pensam como consumidores e consumidores como especialistas.
Por que será que não podemos selecionar consumidores diferentes, cuidadosamente pinçados por suas habilidades originais? Por que será que não podemos escolher especialistas puros, sem vícios, sem experiência para ouvir e relatar? Para experimentar, divertir-se ou inspirar.
RT @Alphen: Consumidores primatas e especialistas brilhantes – http://bit.ly/g0criv
RT @bichomagro: exatamente isso, sem tirar nem por http://bit.ly/hJgrlO
Se no início o tom é de ironia, ótimo. Se não, protesto! Se quando vc cria (ou planeja) uma campanha, vc pensa em chimpanzés, com chimpanzés vc falará. Se vc pensa em gente, com defeitos e qualidades – às vezes mais uns do que outros, às vezes mais outros que uns – é gente que vai responder. No mais, como eu detesto, detesto, detesto, detesto, detesto classificações para seres humanos! Se fosse possível, jamais usaria uma. Quando é inevitável, sempre desconfio delas.
Tem muito disso nisso:
http://mweigel.typepad.com/canalside-view/2011/04/who-do-you-trust.html