Tem muita coisa que mudou, mas tem um porão que dá medo de encarar: o “nome na porta” ou sua versão menos ambiciosa “na ficha”.
É deliciosamente reveladora a procissão que se arrasta todo ano atrás dos holofotes de led chinês de Cannes. Não por Cannes, nem pelo vinho, nem pela farra, nem pelo glamour murcho da riviera. Ela começa antes, muito antes. Aliás ela não começa nem acaba, ela se persegue. Estar na ficha e quem sabe um dia em letras douradas na porta, é um incentivo que vale o ridículo de mendigar 3 linhas em algum jornal, o ridículo de colecionar estátuas, o ridículo de usar todo esse ridículo para barganhar um aumento, enquanto o nome na porta não chega.
Mas essa vaidade toda é toda a virtude. Se fosse só para vender mais o bônus do cliente, se fosse só para agradar mais o bônus do cliente, se fosse só para mais bônus para nós também, ainda estaríamos batendo lata na rua do comércio. Se fosse só para fazer esse vulgar insight, esse vulgar check list, essa vulgar pesquisa, qualquer software vulgar daria essa luz.
Essa é a cruz e a calderinha do publicitário, sempre entre o ridículo e o vulgar. Dureza.
Concordo 1000% RT @Alphen O nome na ficha enquanto o nome na porta não vem – http://bit.ly/jvxpEz
espere por nós
Belo exemplo de dialética.