Desde que a Internet virou uma coqueluche que saiu do guetto de meia dúzia de pioneiros, a pressão tem sido grande por uma mudança radical nas qualificações de profissionais de agências de comunicação.
Vamos desobstruir o vazadouro para aliviar.
Especialista não existe. Todos, inclusive os desejados “digital natives”, sentem-se como surfista em dia de ressaca: muito desejo e apreensão nutridos diante da imprevisibilidade do ambiente digital. Os pretensos experts encastelam atrás de supostas técnicas de mensuração. A mística é sedutora mas vale-se mais da fé do que da matemática. Ou quando muito e como sempre foi, prevêm o futuro baseados no passado, portanto chutam, com muita técnica, mas chutam. Especialista é quem admite a incerteza.
Por outro lado, é cômico perceber que quanto mais envolvidos são os profissionais com o suposto novo mundo, mais histéricos detratores se tornam do velho. É como se só pudessem construir sobre as cinzas. O contrário também existe, mas está tão – mas tão fora de moda – que nenhum cético ousa posar de bacana. Mas é irônico perceber que o velho tende a comprar o novo com mais competência. E aqueles que muito esbravejam acabam mordendo a língua, lustrando a imaturidade (já caducando, aliás).
Finalmente, “saber fazer” não significa “saber pensar”, assim como “saber pensar” não significa “saber fazer”. Saber projetar e implementar uma plataforma complexa de mídias sociais não significa necessariamente que a ideia seja boa. Assim como ter uma boa ideia não garante sucesso sem viabilidade de execução. Engana-se aquele que justifica uma ideia na execução assim como aquele que sacrifica a ideia para que seja exequível. Mais parecem defesas recíprocas pois ideia e execução são irmãs xipófagas.
E se ao invés da pressão, a Internet servisse como banho de humildade para ambos os lados da quimérica separação entre on-line e off-line?
Mais um excelente artigo do Fernand Alphen / RT @Alphen: A lenga-lenga da Internet – http://bit.ly/pEUlB1
lustrou legal
É isso aí RT @janumaia: "Especialista (em internet) não existe", post @Alphen sobre Internet e sua fauna profissional: http://bit.ly/qzlbx1
Caro Alphen, é por isso que te leio: quando divirjo me engrandece (espero que a você também), quando concordo me fortalece. Faz mais ou menos uns dois anos que eu passo por teimoso e reacionário porque venho falando as mesmas coisas (pode ver nos comentários), mas as pessoas não me ouvem porque trabalho no médio mercado. Quem sabe agora com você…
A lenga-lenga da Internet http://t.co/BpcNazV via @AddToAny adorooooo
"saber fazer” não significa “saber pensar”, assim como “saber pensar” não significa “saber fazer” http://t.co/bjv4S6Z via @alphen