Pesquisa ou a falácia da verdade

Menos impostos significa mais investimento e mais investimento, mais emprego. Depende, porque quem não gosta de imposto é o lucro, não o emprego. Energia limpa é energia renovável, como a água. Depende, pois água depende de floresta e floresta de água. E a floresta não gosta de barragem. A verdade do sistema capitalista é o lucro, a do sistema ambiental o equilíbrio. E a verdade é inimiga mortal da malandragem, do truque, da cortina de fumaça, da falácia.

A propaganda é muitas vezes uma fábrica de falácias poderosíssima que sobrevive à base de agendas pessoais justificadas por pesquisas.

Funciona mais ou menos assim:

Tem-se um problema de marketing. Entra então o arsenal dos falaciosos que gargareja achismos intelectuais que gostam de chamar de criatividade. E a ciência da manipulação mais conhecida como pesquisa comprova os insights mais conhecidos como agendas pessoais. Bingo: o chute vira verdade e a verdade vira briefing.

Mas tudo bem, quando a plataforma,  mais conhecida por campanha, vai para o ar, tem mais pesquisa para comprovar a verdade que se queria.

A verdade é inimiga da vaidade e por isso dói. Mas como disse o economista M Reich, “a verdade não é o meio do caminho entre o certo e o errado”.

E nenhum, nenhum grande posicionamento nasce no meio do caminho.

7 thoughts on “Pesquisa ou a falácia da verdade

  1. É verdade. O modo como o mundo corporativo e a indústria da comunicação usa a pesquisa no seu processo decisório é cada vez mais falacioso. O que de resto também acontece com a mídia, a economia, a política, e até com a própria universidade e outras instituições científicas. Pesquisas podem ser manipuladas para fabricar verdades úteis a interesses , negócios e poderosos egos de turno, deixando de ser instrumento de conhecimento para funcionar como meio de persuasão. O uso da pesquisa na publicidade cresce na exata medida em que criadores, planejadores e mídias perdem o poder de convencimento para bancar propostas previsíveis, padronizadas, forçadas pelo imediatismo dos negócios. Jogando fora a ética, as metodologias o raciocínio inteligente a experiência e o expertise profissional do pesquisador, as únicas, frágeis e relativas garantias contra a manipulação, usando a força emocional de arrebatadoras e tecnológicas apresentações audio-visuais, e o aval “teorico-científico” de “equipes multidisciplinares” que inventam “tendências” ( acadêmicos a fim de um “troco”) para vender idéias, campanhas e plataformas que, certas ou erradas, vão alimentar mais rapidamente a voracidade fatureira das agências a serviço das velhas e das novas mídias.

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