ROI é mixo

Apostar com entusiasmo em segmentação não é sempre a melhor estratégia. É também desprezar os inefáveis pulsos do consumidor acreditar que seu perfil, seja ele sócio-demográfico, seja ele psico-atitudinal, deve ser o primeiro estágio da peneira de esforços de comunicação. Muitas vezes, um tiro de canhão mata mais andorinhas do que mil arqueiros de elite.

Por que será que uma marca de luxo precisa comunicar-se com comuns mortais? Por que uma marca mais humilde precisa dialogar com o olimpo sócio-financeiro? Por que é importante falar de uma marca de golfe para jogadores de futebol e vice versa? Não é porque queremos convencer os peladeiros que jogar golfe é determinante na sua escalada social, nem o esnobe do taco que ele precisa sentir cheiro de povo para valorizar sua Ferrari. É porque é determinante na decisão de compra de qualquer marca, qualquer que seja seu “target”, construir reputação. Não se ergue a fama de nada nem ninguém chovendo no molhado.

É sub-estimar demais o poder da comunicação investir cirurgicamente em potenciais clientes com intenção de compra e perfil confirmados. É mixo.

Desde que a Internet surgiu como plataforma de comunicação, a gente tem se preocupado demais em vender o tiro certeiro. Fazemos comunicação super hiper calculada e cirúrgica. Será falta de sensibilidade desacreditar assim na criatividade? Será falta de ambição acreditar que só convencemos quem está convencido?

Por uma lógica perversa, compramos carros de luxo também porque aqueles que não compram sabem que não é para eles. Compramos cola de dentadura porque sabemos que o bacana que faz implante também é impactado pela comunicação da marca que gostamos.

Sim, não é lógico, mas quem gosta de lógica não dá pra propaganda.

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