Depois de horas de blablablá estonteante, messiânico, apaixonado, o cara vira pra você e diz “só me fala uma coisa: o que é que eu tenho que dizer afinal?” É então que você recomeça tudo do início, modulando as palavras, variando os argumentos, revirando os olhos, caprichando nos trejeitos e o cara fala: “não entendi nada. O que é pra fazer?”
Este é o calvário de todo cristo autoproclamado. É a via crucis dos arautos do caminho da redenção. É a penitência dos avatares iluminados, planejadores em seus faróis de sabedoria.
Chegamos a um grau de metafísica em que o planejamento é mais lisérgico do que a criação, mais onanista do que o mais baseado dos diretores de arte.
Chegamos a um grau alienação em que o planejamento, do alto da sua estratosfera intelectual, aterrissa em conceitos de auto-ajuda passe-partout. Ideias repetitivas, que valem pra todas as marcas, todos os públicos, todos os contextos.
Quem discordaria de que o “amor é lindo”, “a vida vale a pena se for vivida”, “você pode se quiser”, “coisas incríveis podem acontecer com pessoas comuns”?
Afinal de contas, quem liga para o coitado que vai ter que colocar essa punheta num filme, num anúncio, numa ativação, numa embalagem, num post do facebook?
Talvez por isso, nego só pensa em criar conteúdos longa metragem hiper produzidos transmídia storyteller engaging co-created com o James Cameron. Pudera.
Planejamento ketchup – http://t.co/kpGfT2ea
Transmedia storytelling engaging co-creation com James Cameron. RT @Alphen Planejamento ketchup http://t.co/F7ud0i8L
Sobre planejamento prolixo e aberto. Como antídoto, um artigo conciso e que realmente posiciona: tinyurl.com/7pehxb2 (via @franciscochamps)
Planejamento ketchup « Fernand Alphen’s Blog http://t.co/4MKk5QjT via @alphen
ótimo texto “Planejamento Ketchup” http://t.co/GXHy5wt5
Ainda bem que a “mestra” neste quesito se aposentou esses dias.