Internet, bela viola

Muitas guerras foram urdidas, fomentadas, incentivadas nas redações e muitos jornais foram idealizados, formados e impressos no front.

A política, através de sua representação estilizada mais perfeita – a guerra – forma com a imprensa um casal sinistro, disfarçado por um manto de respeitabilidade. Para a política, é o disfarce da democracia. Para a imprensa é o da liberdade de expressão. Mas a política é avesso da imprensa. A imprensa é a sombra da política.

A menos que se creia em neutralidade.

Então, se a imprensa mudou, espalhando-se, atomizando-se, individualizando-se, não será apenas forma? A voz do cidadão antes isolado, tonitruando para bilhões nas redes sociais, é esperança de paz?

A menos que se sonhe com neutralidade, nada muda assim.

As redes sociais, quando fomentam revoltas e derrubam poderes, fomentam revoltas e derrubam poderes. A nova imprensa permanece um fermento da guerra. E a guerra permanece o catalizador da imprensa, da nova e da velha.

A Internet não redime nada. É só uma bela (nem tão bela) viola.

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