Fernando Campos X Nizan Guanaes

Indicaram-me dois artigos sobre o festival de Cannes de 2012 que, como uma ladainha surrada, todo ano, concentra as atenções, mágoas e êxtases do mercado publicitário.

É provável que tudo já tenha sido dito, e não é de hoje, sobre o Grand Casino de Cannes. Portanto, não é sobre o fundo – batido – mas sobre a forma – reveladora – que a reflexão cabe aqui, ao ler os artigos do Fernando Campos no CCSP e do Nizan Guanaes na FSP (pessoas que não conheço, portanto sinto-me isento de interesses).

Primeiro, um artigo desabafo, vagamente metafórico, escrito com as tripas. Fernando Campos solidariza-se com suas próprias percepções e a sinceridade de suas palavras transbordam, perdoando o estilo ejaculatório. O autor não barganha elogios ou admiração, nem de forma indireta. É uma opinião sobre uma observação.

Segundo, um informe publicitário, trôpego, escrito no smartphone. Nizan Guanaes, depois da longa nota biográfica que serve de credenciamento masturbatório, se curte, se adora, se admira. O artigo é uma declaração de intenção explícita e um manifesto de autopromoção. É uma opinião sobre ele mesmo.

Cannes só tem graça porque anedotiza as duas faces típicas do profissional de comunicação: luxúria irada e volúpia gulosa. Fico com a primeira.

14 thoughts on “Fernando Campos X Nizan Guanaes

  1. Tenho 2 comentários.
    No estilo volúpia: clap,clap,clap
    No estilo luxúria: eita mercadinho de merda hein?

  2. tb tô mais para a primeira, mas a voluptuosa é TÃO mais divertida… né não? “ao infinito e alémmmmm”….

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