Tem gente que leva muito a sério a natureza primata do ser humano. O gozo pulsa numa espécie de compensação hierárquica: comer, trepar, comprar e etc. Coma para poder trepar, trepe para poder comprar. Ou qualquer outra cadeia semântica que tal.
Na atual conjuntura sócio-econômica-cultural do país, a propaganda brasileira se identifica com o esse coito interrompido: comprar é a sublimação do prazer. A propaganda desses pragmáticos é assim: “não me venha com a punheta intelectual, que eu já gozei”. Reclames com jogador de futebol de brinco flamejante, tele-apresentador cínico, atriz gritalhona, dá-lhe!
E o Iguatemi JK é a mecca das drag-queens de Louboutin, o play-ground do cabelo azeviche de BMW branca, a passarela das Goyards monumentais desfilando periguetes engomadas e Falcons inchados. O ideário publicitário não poderia encontrar mais pornográfica evocação.
E depois, Brasil?
Pagar a prestação, dar golpe, ou calote exemplar.
Comer, trepar, comprar, calotear.
E depois, Brasil?
Outro bom ponto de vista RT @Alphen O Iguatemi JK e a sagração publicitária – http://t.co/M4f4wXzd
Iguatemi, Cidade Jardim, e um outro Brasil dentro do Brasil. http://t.co/P3Lq0ilE
O Iguatemi JK e a sagração publicitária – http://t.co/NqDvWmqy (via @Alphen) e eu acabei de escutar a mulherada falando sobre compras …