Trabalhar cercado de pessoas, situações e estímulos que nos inspiram é transformar uma força interna em musa intangível. Não é sua culpa se você não consegue ter boas ideais: seu chefe, seu colega, seu cliente, seu ambiente de trabalho, seu briefing não foram abençoados pelo beijo da divindade.

É levemente romântico atribuir centelhas criativas a charmes externos que nos iluminam, mas os clichês são uma praga homogeneizadora. A verdade é que a beleza diáfana não inspira mais do que a sordidez aviltante. A inspiração é um combustível individual. Sua combustão não é provocada pelo canto da cotovia nem pelo palavreado treinado de um guru, mas pelo esforço e foco pessoal.

Se você ainda confunde motivação com inspiração, coloque um incenso para queimar e veja um documentário de vida selvagem com música do Phillip Glass. Ou melhor e mais prosaico, vá ver umas palestras do TED. Está tudo là, gente, inspiração pura!