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Menos antidepressivo, mais insegurança

Você se acha gostoso e inteligente no Facebook? Cuidado, você está senil.

Não existe sensação mais perigosa do que o entorpecimento da autoconfiança, aquele conforto do poder, a pança da segurança blasé, o bem-estar de saber distinguir o gosto do desgosto.

Quando sobre tudo se tem uma opinião que a “experiência” lhe conferiu, quando a fluência do monólogo  é cômoda e o ouvido atrofiou de tanto escutar-se, as soluções rápidas não são apuros de raciocínio e inspiração mas preguiça disfarçada de sabedoria.

Essa sensação é chamada de senilidade e acomete moços e velhos cronológicos.

Estranhamente ou não,  é muito comum entre os jovens das gerações acolchoadas que nasceram a um clique de toda a informação, a um passo do ócio voluntário. Caduca  cedo a geração que parece já ter nascido sabendo.

Estranhamente ou não, os da geração que ralou o joelho no recreio, que decalcava enciclopédia e tinha roupa de sair e outra de bater aprende rápido a ficar senil. Caduca rápido a geração que teve que teve aula de Facebook.

O remédio para tudo isso é diminuir a cota de antidepressivos, naturais, artificiais, medicinais ou fantasiosos. É tomar menos prozac, fazer menos plástica e principalmente posar menos para o celular. É consumir menos pílulas de saber, menos elixires de prazer instantâneo, menos shopping, menos seriados, menos masturbação virtual nas redes.

O remédio é ser humano temente à natureza das coisas: fraco, só e inseguro.