Globalização é um porre.
E tudo por causa da síndrome do sufixo no cargo: Nhãnhãnhã Global, Uiuiuiuiu Regional ou Blablabla Brasil.
O global é mais importante que o regional que por sua vez apita mais que o local. O global manda no regional que manda no local.
Em tese.
Na prática, o local não suporta o regional que odeia o global que detesta o regional que despreza o local. A ordem dos fatores não altera o produto porque o divertido é esfregar o crachá na cara do outro. Fazer acontecer, colocar na rua, é pura retórica: “quem decide sou eu porque o dinheiro é meu” de um lado. De outro “quem manda aqui sou eu porque o lobby é meu”. Todo mundo posa de galo. Mas nem a força nem a malícia ganha esta rinha.
Como a rosa do Pequeno Príncipe. Dias intermináveis se arrumando, se enfeitando, se preparando para o dia que se mostraria para o mundo. E quando desabrochou: “ai, estou tão despenteada!”
A sorte, o acidente, o decurso de prazo é que sai vencedor. E as decisões são tomadas no susto.
E depois? Depois é depois. Todos se ajeitam e conseguem enxugar os fracassos com doses maciças de pesquisas, o Engov favorito dos sufixados.
Um porre, que, como todos, é promissor no início, ridículo no meio e indigesto no final.