Todos os dias inventam uma dieta e todos os dias um novo sintoma da gripe suína. E todos os dias também cria-se uma forma de salvar o planeta do pesadelo que nem Noé salvará.
Para emagrecer, é mais importante a disciplina do des-comer do que o que se ingere. Não duvido que a fumaça dos fumantes é vetor do vírus H1N1. E fazer xixi no banho, acredite ou não, além de economizar água, é um ato de altruísmo: devolve para a natureza ureia e água limpa.
Nem toda invenção pega. E pouco importa pegar porque a intenção dessas ideias não é de incentivar a bulimia, nem internar os proscritos em quarentena, nem riscar do mapa as válvulas criminosas.
As campanhas de conscientização são quase sempre chatas, professorais ou de uma pieguice emocional digna de PowerPoints virais. A ciência presumida não tem nenhuma importância, ela é só um artifício de mobilização, uma chamada, um motivo para se comunicar. É justamente por acreditar demais na precisão científica que essas campanhas são ineficientes.
Por que será que um assunto sério não pode ter humor ou pelo menos fazer sorrir? Por que será que tem que desaposentar o Cid Moreira cada vez que queremos dar um alerta comunitário urgente?
Nas mais otimistas das previsões, em 50 anos, 50% de todas as praias do mundo vão desaparecer. É muito provável que seu sonho de surfar na Micronésia se torne inoperante em breve. Você acredita nisso? Não. Nem eu.
Você acredita que fazer xixi no banho é bom pro planeta? Não. Nem eu.
Mas, de tanto me divertir com o assunto, economizar água virou pauta: fecho a torneira enquanto escovo os dentes, morro de frio me ensaboando e sim, fiz xixi no banho hoje.
E ri sozinho do meu sarcasmo humilhado pelo bom humor.