Não minta para uma criança

A humanidade pode parar uma guerra, pode diminuir a fome, a ganância, a covardia, o egoísmo, pode se desculpar pelos crimes, genocídios e todas as injustiças.

A gente pode escrever a história, debater, interpretar, pode olhar para os fatos, todos os fatos, sem paixão, sem disputas ideológicas.

A gente também pode chamar um gato de gato, um terrorista de terrorista e esperar menos de 57 dias para um organismo internacional que defende os direitos das mulheres denunciar estupro e violência em massa.

A gente pode ir numa conferência do clima com mais propostas do que representantes, a gente pode questionar que ela aconteça em um dos países mais poluidores do mundo e também tentar entender porque a usina de Belo Monte continua operando sem licença ambiental, aqui, debaixo do nosso nariz.

Mas tem uma coisa que a gente não pode fazer. Tem uma coisa que a gente não deve fazer: mentir para as crianças.

Mentir dizendo que estamos preocupados mas está tudo bem, mentir dizendo que a gente está cuidando do futuro delas. Mentir convence a gente que acredita no fim da guerra e que Belo Monte vai fazer as compensações ambientais que se comprometeu a fazer.

Mentir para uma criança é feio.

O mundo deles não vai ser legal.

Ainda q a gente consiga parar as guerras e fazer a ONU Mulheres reconhecer que houve crimes hediondos contra mulheres em 7 de outubro, ainda que a gente consiga sentar pra negociar um cessar fogo na Palestina e na Ucrânia e na Armênia, ainda assim, a gente não vai conseguir evitar que o mundo entre em colapso ambiental se a gente não colocar os principais interessados no futuro, no centro da questão, no centro da mesa, no centro dos debates e das decisões: as crianças.

Esse é a linda briga do ALANA com a UNICEF na COP de Dubai. Veja o filme.

 

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