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100 papos para impressionar em 2014

A vida social obriga-nos a entreter gente que não conhecemos, não nos interessa ou com as quais não temos afinidade. É para isso que existem tendências: um almanaque de assuntos de salão. Aí vão algumas boas selecionadas pela JWT Intelligence, livremente tropicalizados.

  1. As impressoras 3D estão se popularizando. Você vai se amarrar nos bibelôs de resina. A Vitoria da Samotrácia feita em casa, que tal?
  2. Já tem software que vai te transformar no Michelangelo sem tirar a mão do seu Ipad. Experimente o 3Doodler!
  3. Se você é da turma zozotérica mas acha tudo meio caído, que tal o yoga de baixo impacto? Está pegando até em Joanesburgo e consiste em se fazer as posturas de cabeça para baixo.
  4. Se você quiser investir em arte mas já não sabe onde colocar tantos Koons, Hirst e Varejão, aposte em El Anatsui de Ghana e Wangechi Mutu do Quênia.
  5. O que o suhi tem em comum com o futuro dos cosméticos? Experimente a linha Algenist da Solazyme com componentes feitos a base de alga e pare de se lambuzar com petróleo.
  6. O ambient commerce é uma palavra bonita de se usar, mesmo que sempre tenha existido. É antecipar-se ao desejo do consumidor. Se o cara correu 300 milhas, registradas no seu Nike+, está na hora dele comprar um novo tênis. Uma marketing direto recauchutado.
  7. Esqueça as filas nos aeroportos, nos museus, na catraca da Disney. Tudo virtual sem tirar o pé da pantufa e a mão do saco de pipoca. Veja o Oculus Rift virtual reality headset: um must em viagem de cadeira de rodas.
  8. Se seu filho é um retardado social e vive amolegando suas próteses virtuais, saiba que já tem tratamento para essa nova patologia.
  9. Se você acha que museu é, digamos, um museu, saiba que eles também acham. Por isso, a moda  agora é incubar artistas como se incubam ovos de  granja ou start ups.
  10. Preste atenção na Awesomeness TV, um canal do Youtube. É o ponto de encontro preferido dos coçadores de saco, metidos a vídeo-stars e diretores de criação sem ideia.
  11. Spam, não gostamos, mas Spam com pertinência, quem resiste? O Apple’s Ibeacon fisga o comprador por Bluetooth oferecendo aquele vigésimo conjuntinho preto do seu guarda roupa.
  12. Lembra do tempo que a Europa tinha 36 moedas diferentes? Está acontecendo isso na Internet. Depois do Bitcoin, já tem Namecoin, Worldcoin, Anoncoin e outros coins.
  13. E por falar em moedas do além, já tem gente trocando a moeda virtual por coisa de verdade. Por exemplo a Virgin Galactic para seus vôos espaciais.
  14. Le Corbusier dizia que o supermercado é a catedral do século XX. A Urban Outfitter e a Ikea já estão planejando bairros inteiros. Quer coisa melhor que morar numa loja?
  15. Alvo em gênero é tão bobagem quanto dizer que sexo é genético. A Johnnie Walker está focando na mulher e muitas marcas de cosméticos nos homens.
  16. Viajar no espaço não te leva a lugar nenhum, mas marcas estão querendo precisamente isso: confira a Axe Apollo Space Academy ou o concurso da KLM Claim your place in space.
  17. O Brasil está na moda já é um clássico. Em outubro, rolou o Be Brasil em Nova York com o melhor da nossa produção-além-havaianas.
  18. Dizem que São Paulo com seus museus exuberantes e galerias deslumbrantes está entre as 12 cidades artísticas do futuro. O Brasil tem futebol, mulata e arte. Tem até exposição de – adivinha quem – no novo Perez Art Museum de Miami: Beatriz Milhazes.
  19. Aplicativo novo é sempre uma boa conversa para passar o tempo. Que tal o MyBreath? Você arfa pra dentro e saem recomendações de bem estar.
  20. Primeiro o cigarro, agora as fragrâncias. Locais de trabalho já estão proibindo o uso daquele Paco Rabanne que abafa quarteirão. Quem tem faro para novidade, usa produto sem cheiro.
  21. A China já é o quinto maior produtor de vinhos do planeta. A maioria é digna da galeria Pajé mas a Decanter World Wine Awards 2013 já destacou 20 vinhos chineses.
  22. Se você ainda acha que sapato novo ou relógio tinindo vai lhe dar credenciais para galgar os píncaros do reconhecimento social, está enganado. A Patagonia está liderando uma iniciativa para reciclar produtos. Vem aí desfile de saco de lixo.
  23. Começou com barmans gatos, garçonetes hipsters, tatuagens para todo lado e muita atitude. Agora nem drink se faz mais. Atendimento é decoração porque sai tudo da chopeira, já prontinho e delicioso.
  24. O ser humano está descobrindo que é ser humano, ou seja, um bicho social. Estão em voga iniciativas comerciais suportadas pelas comunidades. Você paga por mês e recebe comida, flores e até arte. O que estive mais fresquinho.
  25. Parece que tem muita gente lendo Eckhart Tolle e seu Power of now. Empresas incentivam  consumidores a largarem o celular e viverem o momento. Provavelmente para estimular a Compra now e não tomorow.
  26. Comprar é bom mas melhor é tocar, lamber, esbanjar no ato, sair vestindo. Por isso, a pressão é toda para um delivery mais rápido e eficiente. Especialista em delivery é a carreira do futuro.
  27. Gringo é chegado num coquetel. Para a geração abstêmia e sua tia freira, que tal a nova onda de coquetéis sem álcool, os mocktails. Vai lá ver no NoMad.
  28. O deleite dos descasados, solteiros convictos ou gourmets egoístas: comprar todos os ingredientes de um prato sofisticado em mínimas porções. HelloFresh é a mais famosa opção mas já já sua tia freira que gosta de mocktail vai fazer pra vender também.
  29. Tem gente apostando na era da impaciência e a briga é boa: Amazon, eBay, Google, Walmart, Home Depot estão na guerra para a entrega em horas.
  30. Açúcar, sal, gordura, conservantes. Se você for comer algo que não foi colhido ontem e vai apodrecer amanhã, cuidado, o vilão da vez é o  colorante artificial. Em breve, na sua mesa, sorvete de pistache branco e chocolate bege.
  31. Seja lá o que for arte digital, já tem até leilão. Difícil entender mas você pode comprar um domínio, como o ifnoyes.com por exemplo. É uma espécie de screen-saver on-line assinado.
  32. Juntando duas mega-blaster-tendências – a espetacularização e a vida digital – o velório já tá na rede. Sem nada para fazer domingo à tarde? Que tal um velório online?
  33. Meu pai sempre disse que não comemora aniversário de casamento porque não se comemora o começo da guerra, só o fim. Virou moda comemorar o divórcio. Tem até bolo de descasamento.
  34. Desde que Jeff Bezos da Amazon disse que investiria em entrega por drones, já tem gente apavorada com o aviãozinho servindo detetive particular.
  35. O cigarro eletrônico que já era uma geringonça constrangedora – “aquele ali é um ex-viciado mamãe!” – também será regulado. Ainda vão regular os órgãos regulatórios por estressar a população com suas regulações.
  36. Você pede sorvete no cone ou no potinho? É super-tendência a criação de embalagens comestíveis. A WikiPearl promete tornar comestível qualquer tipo de embalagem. Já o gosto…
  37. Os homens estão se sentindo preterido pelas mulheres e estão surgindo grupos de suporte e advogados especializados em dar colo aos machos frágeis.
  38. Depois do animal-print: o planet-print. Tecidos mostrando galáxias, solo lunar, espaçonaves estão em toda parte. Você se sentia poderosa de onça? Experimente um vestido de Vênus.
  39. A vaca está pressionada por um adversário de peso: o tofu. A Chipotle, um fast food que posa de santinho já introduziu a iguaria. Em breve nos PFs e quilos do Brasil.
  40. E se você descobrir que sua cueca é feita por escravos anãos na etiópia com tripa reciclada de rinoceronte? Quem fez? Como fez? Onde fez? Com o que fez? Tudo conta. Confira a Zady, uma inimiga do fast fashion.
  41. As relações são passageiras então por que perder tempo lendo enormes perfis? O Tinder é um aplicativo que te ajuda a achar seu par só pelo feeling. Vai durar pouco mesmo, o que você tem a perder?
  42. Assim que o Google Glass entrar no mercado, um enxame de aplicativo vai parasitar. Baseado na previsão do tempo, por exemplo, um aplicativo indica quanta água você deve beber. É, a tecnologia anda pra frente e o homem pra trás.
  43. Religião sem meter Deus no meio é uma super tendência. Tem rituais e tudo mas sem padre nosso.  Só dízimo.  Dá só uma olhada na Sunday Assembly.
  44. Já imaginou um jantar entre amigos, todos portando google glass? Já tem proibição de uso do  google glass em alguns ambientes. Já legislaram sobre “google glass and drive”?
  45. Os hackers estão de olho na sua geladeira e no seu carro. Está na hora de você instalar anti-virus no seu google glass também.
  46. Tecnologias que usam sensores táteis estão em franco desenvolvimento. São versões mais modernas do vibrador. Na versão mais fofa, Huggies fez os pais sentirem como é estar grávido.
  47. Sabe aquele seu amigo de barba, camisa xadrez e bermuda e que termina cada frase cruzando os dedos em hashtag? Avisa lá que até a sua tia freira faz a mesma coisa.
  48. Você digita na privada? Já estão discutindo em Nevada, uma lei para proibir a livre digitação na rua.
  49. Você gosta da papinha cenoura e maçã do seu filho? Já pintou a versão natureba delivery. Petitorganics.com
  50. O bom da tecnologia é que você evita o toque humano, cheio de erros, bactérias e compromissos. Depende do gosto. Se você usar o aplicativo da Gatorade, pode ter contato com um personal trainer de carne e osso. Nesse caso…
  51. Você já ouviu falar em mixologistas? São pessoas especializadas em fazer misturas. E a novidade é fazer cubos de gelo com misturas de frutas, xaropes, ervas, temperos, nozes, insetos e o que mais lhe der na telha.
  52. Todo mundo já escorregou no botão enter e postou o que não devia, para sempre. Legisladores no mundo inteiro discutem o “direito de ser esquecido”.
  53. Tem gente grande para além das fronteiras da Amazon. O e-commerce Jumia da Nigéria promete ser o maior varejo do continente.
  54. Robô para todos. Faça o seu comprando o kit Lego Mindstorms EV3.
  55. Um dos poucos diferenciais que ainda restaram aos canais de TV tradicionais é a transmissão “ao vivo”. A NBC já  planeja produzir grandes musicais apenas para transmissões desse tipo. Vem aí, o inédito “a noviça rebelde”.
  56. Salões de maquiagem-express estão pipocando. Por US$ 25 você dá aquela retocada básica na Rouge New York.
  57. A maconha é a nova soja. Com a liberação controlada do consumo para fins diversos ou o exemplo avant-garde do Uruguai, já surge um mercado. Daqui a pouco vira commodity negociado em bolsa.
  58. “La donna è mobile” e o emprego também. Já pintaram uns aplicativos para ajudar você a encontrar o emprego certo pulando de uma entrevista para outra. Tente o Souktel’s JobMatch.
  59. Na onda dos comunicadores que viciam sem antídoto, os aplicativos (Line, We Chat, KakaoTalk) estão virando plataformas de e-commerce.
  60. Metadata é o palavrão da vez. Significa o estudar para quem, de quem e onde você manda mensagens online. Não importa o conteúdo. É a versão cyber-histérica do “diga me com quem andas que lhe direi quem es”.
  61. Sabe quando você percebe que a atenção dos seus ouvintes está escapulindo? Quando a busca pelo timeline perdido é mais importante do que seu discurso? É falta de mindfulness. Já tem até curso.
  62. A lua de mel era para desvirginar a vida íntima em longos cruzeiros glamorosos. Ninguém tem tempo para isso. Ganhar dinheiro é mais importante. Para casais com pressa dos finalmentes, chegaram as mini-moons. Tempo é dinheiro.
  63. E por falar no tempo escapulido, editores estão sinalizando o tempo de duração de uma leitura. Proust, 1 milhão de horas, vai encarar?
  64. Na sociedade do mínimo esforço e vício máximo, chegaram as seringas sem agulha. São jatos inseridos diretamente sob a pele em alta velocidade.
  65. Quanto mais imersivo, melhor. O headset Oculus Rift promete uma experiência sem limite. Põe a carinha no buraquinho e bem-vindo ao esquecimento absoluto.
  66. As OTT TV (Over the top TV) proliferam. Tratam-se de aplicativos na televisão que permitem acessar os conteúdos on-demand. Sim, você não precisa saber de onde vem o que você vê. Vai clicando que você acaba encontrando.
  67. Aparência é tudo na vida protética das redes sociais. Tem aplicativo de montão para deixa-lo tão sedutor quanto aquele seu amigo que já nasceu de cabelo estratégico, bigode em riste e tatuagens enigmáticas. Experimente o Facetune e arrase.
  68. Os podcasts, quem diria, estão em voga. Mas esqueça aquelas transmissões maçantes de gurus enfadonhos. O palco é todo para celebridades. Confira o Podcastone.
  69. Privacidade é como assistir documentário cabeça: todo mundo gosta mas ninguém pratica. De qualquer forma, a privacidade é discutida hoje na idealização de qualquer projeto, desde o início. É a “privacy by design”.
  70. E a privacidade é um argumento de venda. É tendência encriptar suas mensagens com o Cryptocat ou PixelKnot e arquivar dados no Personal.com ou no Respect Network, mais seguros que banco suíço.
  71. A gastronomia étnica está se superando. Chegaram as cozinhas étnicas regionais. Fondue Savoyarde é tão diferente de Boeuf bourguignon quanto sushi de pato laqueado.
  72. Se tem uma coisa que um robô pode fazer melhor que cachorro, é segurança. O Knightscope’s K5 tem visão noturna de alta definição e detecta e reconhece pessoas.
  73. Experiências imersivas continuam fascinando as pessoas. É uma espécie de teatro participativo  com roteiro e super-produções.
  74. Iogurte grego é como pão francês: é puro marketing exótico. Mas a moda continua e agora com novos sabores experimentais: pepino, girassol, chili, salmão defumado, etc.
  75. As fast-food continuam investindo no seu core business: mais fast do que food. KFC, Five Guys e McDonalds estão experimentando aplicativos em que você compra e paga online para retirar na loja sem pegar fila.
  76. Está ficando mais fácil digitar ao volante: o Q50 da Infiniti pode permanecer em uma faixa, fazer curvas e ficar a certa distância dos carros da frente sem que o motorista use as mãos ou os pés. A Mercedes e a Volvo também tem suas experiências.
  77. Uma imagem vale mais que mil palavras ao pé da letra: alguns educadores pensam em incluir nos currículos escolares aulas de expressão visual.
  78. Fazer viagens turísticas podem ser verdadeiras maratonas. Literalmente e sem metáfora. Experimente a Go! Running em Barcelona ou a City Running Tour em Nova York.
  79. Você já chutou uma vending machine? Agora elas podem chorar ou chamar a polícia. A tendência é o desenvolvimento de vending machines cada vez mais inteligentes e interativas.
  80. Você cansou de colocar meleca na cara para dar aquele up? Experimente o muco de caracol da Petit Gris.
  81. Putin é sempre assunto. As olimpíadas de inverno da paradisíaca cidade de Sochi irão custar 50 bilhões de dólares. Em matéria de destino olímpico, o Rio de Janeiro que se cuide.
  82. Os Estados Unidos são a nova Belíndia. A desigualdade econômica voltou a níveis anteriores a 1920. Na Europa, já estima-se que 43 milhões de pessoas não tem bastante comida na mesa. Que isso nos sirva de consolo.
  83. A Coréia é o novo Japão. O Soju é o novo Saquê.
  84. Como a linguagem visual vai substituir a escrita, com que precisão as palavras serão trocadas por formas e cores, não sabemos. Mas vale a pena dar uma olhada nos rótulos da Motif Wine.
  85. Mashup é a nova onda esportiva. Já tem o futegolf, por exemplo. Tipicamente inventado por alguém que não entende nada de bola. Vem aí o F1ball.
  86. Comida saudável não é necessariamente sinónimo de comida gostosa. Algumas cadeias de restaurantes como a Lyfe Kitchen e a Seasons 52 estão preferindo omitir que a sua comida é saudável, embora seja.
  87. Todo veneno tem seu antídoto. Todo talento também. Ser multitarefa já foi um diferencial competitivo. Mas quem faz tudo ao mesmo tempo não faz nada direito. A habilidade em voga é o foco.
  88. A segunda tela será a primeira. A MTV lançou  sua série Wait’til next year para tablet antes mesmo da TV. O mesmo para a Disney com sua série infantil Sheriff’s Wild West.
  89. O excesso de tecnologia pode ser uma fobia e a falta dela uma tendência.
  90. Mais e mais aplicativos estão sendo desenvolvido para diagnósticos. Peek, para problemas de vista, uCheck para diabetes, SkinVision para medir o perigo das suas pintas de pele, etc.
  91. A ubiquidade é quando o homem brinca de ser Deus. Estar aqui, ali e acolá é uma tendência com os robôs-avatar (Suitable Technologies, VGo, iRobot, Anybots etc).
  92. Sabe aquele chapéu de cangaceiro do Luiz Gonzaga? Na Austria é super moda usar lederhosen (aquele short de couro com suspensório super sexy). É o folclore na crista.
  93. Você come com os olhos ou com a boca? Se você prefere a boca, vai adorar a tendência: marcas vendem mais barato produtos defeituosos mas igualmente deliciosos, como a Wunderlinge na Australia ou a Edeka na Alemanha.
  94. Imperfeição é sexy. Seguindo a tendência dos castings “pessoas de verdade”, várias agências já selecionam modelos com o inimitável charme defeituoso. Confira a top vesga Moffy da Storm Models.
  95. Fumaçodromos para adeptos do cigarro eletrônico prometem ser o point da galera descolada. No aeroporto de Londres procure gente bonita no Vaping Zone.
  96. A vingança do alface. Sabe aquele alface decorativo que ninguém come e que pula de prato em prato? Chefs do mundo inteiro entronizaram os vegetais.
  97. Estima-se que que 10 a 15 % dos reviews de leitores são falsos. Já existem empresas especializadas em criar reviews e também empresas especializadas em autentica-los, como a Bazaarvoice.
  98. Mais uma fofurice vinda do oriente: stickers de  pelúcia.
  99. Convergência é quando tudo faz tudo e você não escolhe, submete-se. Para aumentar a confusão o XBox quer ser hub de entretenimento, competindo com o Netflix, a Amazon, etc. Até Spielberg foi contratado pela Xbox entertainment studios.
  100. Que iphone ou Galaxy que nada! A tendência é o Xiaomi, o smartphone mais hypado da galáxia, ou seja, da China.

Viralização pela hora da morte

É gozado como as tendências no mundo da propaganda operam em surtos calibrados pelo nível de sofisticação de quem os lança. Ainda tem gente falando de “estratégias de redes sociais” por exemplo, como se fosse o último grito das passarelas ou de “branded content” achando que descobriram a pólvora para economizar na mídia. Mas um termo que vira e mexe contamina os discursos é o bem-aventurado vídeo viral.

É como se existissem regras de “viralização” que quando seguidas garantem o contagio. Mas as regras são desejos insondáveis porque os vídeos mais chatos e mais engraçados, mais caretas e revolucionários, mais inteligentes e mais dementes, mais papai mamãe e mais pornográficos, podem viralizar de forma inesperada.

Mas o que faz dessa tendência uma falácia extraordinária, no entanto, é que a forma como mensura-se o sucesso da pretensa estratégia (quantidade de vezes que o vídeo foi visto, comentado, compartilhado, etc.) não subtrai o investimento feito (muitas vezes às escondidas) em mídia.

Assim desnuda-se a tendência da viralização para descobrir que viralizou porque veiculou (sic). Descobre-se também que o investimento por visualização ou compartilhamento é menos competitivo do que se esperava. Mas tudo bem, a estratégia foi um sopro de modernidade.

Os novos normais

Nunca vi relatório de tendência dando conta do aumento da violência, da intolerância, do racismo, do egoísmo. Relatório que se preza tem sempre um componente de positivismo, bom mocismo e compaixão. Tendência é misto de observação com desejo. Todo guru é profeta de autoajuda.

Assim, hipocrisias à parte, compilamos aqui as novas tendências para 2012:

1) Anti-cafonismo. Chega de policiar o próximo. Quem quiser usar sapatênis ou andar de mini-cooper, tudo certo. Se você preferir passar as férias num hotel fazenda ou no Vietnã, tudo certo. Calça de prega ou saruel, anglicismos ou móoquismos, Facebook ou Orkut, cafona é chamar o outro de cafona. É definitivamente tendência defecar para a opinião alheia.

2) Anti-luxo. Chega de confundir shopping center com antidepressivo. O controle tarja preta do Rivotril é prejudicial à sanidade mental da humanidade. Parcelamentos sem juros, editoriais de certo e errado, modelos esquálidas e clínicas de rejuvenescimento, curadores e formadores de opinião, já eram. Uma bolsa Goyard a tiracolo é tão fora de moda quanto a pochette do Didi mocó.

3) Anti-virtual. Chega de mandar mensagem de aniversário no Facebook. Mande flores. Ou melhor, leve as flores. Ou melhor, apareça com um bolo, organize uma festa surpresa, com bexiga e apito. É a mais definitiva de todas as tendências ler livro e ultrapassado posar com ipad.

Não gostamos. Copiamos

A formação do gosto é história de uma vida e fator de referências e digestão.

O brasileiro é uma esponja de influências. Conectados e multitarefa, travestimo-nos de novidades com naturalidade e até um certo penacho. E põe penacho, adereço e brilho nisso.

Qualquer pessoa é capaz de recitar, sem gaguejar, uma penca de marcas com suas devidas apreciações qualificadoras. Qualquer micro tendência vem com tudo (e desaparece como nada) num piscar de olhos. É só pintar na referência do momento (na revista, na televisão, no jantar, no braço do ídolo) que já dá comichão no bolso e estimula malabarismos financeiros para possuir o ícone.

Culpávamos a mídia pelo bombardeio e pela incontinência, mas basta levantar a orelha para perceber que o futebol não é o esporte favorito do brasileiro, mas a cópia, o pastiche, sem vergonha nenhuma.

9 em cada 10 pretensos arquitetos ganham a vida como decoradores e transformam as casas dos brasileiros em album de figurinha. 9 em cada 10 pretensos estilistas ganham a vida inspirando-se profundamente nas referências que “descobrem” e transformam as pessoas em vitrines decoradas. 9 em cada 10 pretensos jornalistas são clipadores que escrevem jornais com o charme de um painel de aeroporto. 9 em cada 10 pretensos publicitários (talvez 10 em 10) são mata borrões e transformam nossa paisagem comercial num tabloide de varejo popular. Isso para ficar em alguns exemplo.

E porque temos pressa, nosso sistema digestivo desemboca, célere, numa cloaca.

E o gosto fica assim como é o nosso: igual que nem que tudo. Um gosto de soldado de chumbo, de palito de fósforo, de big brother.