Meu Deus do céu o que foi aquilo, ontem à noite, aquela entrega do Oscar (não riam!) da Internet brasileira?
Não quero entrar em polêmicas e discutir se esse ou aquele prêmio foi ou não merecido.
Acho que, em grandes linhas, foram premiados os melhores dentre aqueles que concorriam. O que não necessariamente significa que sejam os melhores da Internet brasileira.
Também não ficaram tão aparentes aqueles favoviritismos óbvios dos anos anteriores. Tampouco apareceram aqueles prêmios de armário à la Sofia Loren/A vida é bela. O mesmo para aqueles clássicos favorecimentos comerciais. O que não necessariamente significa que estes “pequenos deslizes éticos” não tenham rolado.
Digamos, para resumir, que tudo estava mais bem organizado. Ano a ano, as derrapadas são menos grosseiras. O que não necessariamente significa que não continuem acontecendo.
Mas sejamos honestos. Valeu pelo esforço nobre de valorização da Web no Brasil. O que não necessariamente significa que seja tão nobre assim.
Mas o que vale discutir é se um concurso megalomaníaco como esse, com critérios de julgamento vagos e pouco valorizados é útil ou um mar de sabão que se desmancha na primeira sopradinha.
Para que tanta pompa se os profissionais ralam como condenados, remunerados por uma rara moeda: o entusiasmo?
Para que tanto provincianismo quando estamos falando com e para pessoas conectadas e antenadas com outros discursos, outros padrões de comparação e valorização de resultados concretos e mensuráveis?
Para que iludir o cliente glamourizando um peixe que veio para responder a uma clamor preciso e por que não dizer pertubador dos consumidores, leitores, enfim, das pessoas e não para valorizar arroubos hedonísticos?
Então lembro-me daquelas bolas amarelas distribuídas no final da festa do Ibest 99. Bolhas de sabão. Muita espuma para pouco sabão. Ou melhor, muita espuma para um mau sabão.