O closet é uma espécie de masmorra: com que roupa vou? Essa dobra, essa cor, esse corte, essa combinação ficam bem?
O diabinho sibila no ombro “pega essa calça mesmo, ninguém vai reparar”. O anjo medita: “que tal uma passadinha no shopping?”
A moda, a tecnologia, o entretenimento e até a mais prosaica das subsistências são caudatários do novo.
É a mão de ferro da perpétua renovação que rege o século. Só presta se estiver tinindo.
Não mais em ciclos ou em estações, como no tempo dos nossos pais, o novo contamina em espasmos assimétricos, incontroláveis, aos borbotões, acometendo-nos ao sabor da insegurança, do vazio, do crédito, da competição.
Foi-se o tempo da temporada, a caça é diária: na rua, na mídia e claro, na Internet. Liquidações, datas promocionais e eventos reguladores: me engana que eu gosto. Todo dia é dia de cair armadilha com prazer masoquista.
Ao sabor da propaganda.
E quando não temos mais nada para sucatear – seu guarda roupa, sua casa, sua geladeira, suas memórias – quando não temos nada de novo para propagandear, a gente sucateia seus desejos, suas verdades, seus valores.
Alguma novidade? Nenhuma.
Alguma novidade? Nenhuma.
É a mão de ferro da perpétua renovação que rege o século. Só presta se estiver tinindo.
Não mais em ciclos ou em estações, como no tempo dos nossos pais, o novo contamina em espasmos assimétricos, incontroláveis, aos borbotões, acometendo-nos ao sabor da insegurança, do vazio, do crédito, da competição.
E quando não temos mais nada para sucatear – seu guarda roupa, sua casa, sua geladeira, suas memórias – quando não temos nada de novo para propagandear, a gente sucateia seus desejos, suas verdades, seus valores.